Museu alemão exibirá partes do cérebro de Einstein

                                                                   
Dois fragmentos do cérebro do físico que desenvolveu a teoria da relatividade poderão ser vistos em uma mostra em Münster. Patologista removeu órgão após a morte do cientista em busca da "fonte da genialidade".

Provavelmente Albert Einstein (1879-1955) não imaginava que alguns pequenos pedaços do seu cérebro poderiam um dia ser exibidos em um museu.

Em 1955, o patologista americano Thomas Harvey removeu o cérebro do corpo do cientista alemão para guardá-lo para a posteridade. Agora, quem tiver curiosidade de ver alguns dos fragmentos pode se dirigir ao Museu de História Natural de Münster, no oeste da Alemanha.

Duas seções microscópicas do cérebro do autor da teoria da relatividade vão ser exibidas como parte da mostra "O cérebro: inteligência, consciência, sentimento", que vai ser aberta em 29 de junho. 

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Se dependesse do próprio Einstein, tal exposição nunca deveria ocorrer. De acordo com o próprio museu, o físico, que deixou a Alemanha em 1933 após a ascensão dos nazistas ao poder e se instalou nos EUA, desejava ser cremado após a sua morte.

Ainda assim, o americano Harvey, que examinou o corpo de Einstein no hospital de Princeton, em Nova Jersey, decidiu ir além de examinar a causa da morte do cientista – um aneurisma. Acabou removendo todo o cérebro. Ele então cortou o órgão em centenas de pequenos blocos. Alguns foram ainda divididos em partes ainda menores para serem examinados em microscópios. Vários pedaços foram enviados para cientistas, e Harvey guardou várias seções para si.  

A família Einstein não foi inicialmente consultada sobre o que estava acontecendo. O filho do físico, Hans Albert Einstein, só soube o que Harvey havia feito alguns dias depois. No entanto, a família decidiu não brigar, e posteriormente aprovou de maneira resignada a iniciativa do patologista. O corpo de Einstein foi cremado. As cinzas foram espalhadas em local não divulgado. 

Harvey sempre justificou sua iniciativa afirmando que ela tinha propósitos científicos e poderia ajudar a identificar algo como a "fonte da genialidade" de um cérebro. No entanto, vários pedaços do órgão acabaram ficando esquecidos na casa do patologista até que jornalistas abordaram Harvey em 1978.

A partir daí, os fragmentos voltaram a ser estudados. Em 2010, os herdeiros do patologista doaram os pedaços para o Museu Nacional de Saúde e Medicina (NMHM), em Washington.

Já os pedaços do cérebro que vão ser exibidos em Münster foram emprestados pelo Mütter Museum da Filadélfia, nos EUA, que em 2013 adquiriu 46 fragmentos do museu NMHM.

De acordo com o museu de Münster, a mostra que vai ser aberta em junho vai ocupar um espaço de 1.200 metros quadrados. Ao todo, 80 cérebros vão estar em exibição. A exposição também vai abordar a inteligência artificial e o mundo dos animais e deve durar até outubro de 2019.


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(Com a DW)

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