Brasil tem 11,8 milhões de adultos analfabetos


                                   
Dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, de 2016, do IBGE, contabilizam em 11,8 milhões os brasileiros adultos analfabetos. Destes, 14,8% estão no Nordeste, contra 3,6 no Sul. os negros chegam a 9,9%; os brancos são 4,2%. Desse total, a maioria tem 50 anos ou mais. A pesquisa revelou, ainda, que 51% da população com mais de 25 anos tem apenas o ensino fundamental.

Conforme a matéria de O Globo, de 22 de dezembro de 2017, os números mostram que o Brasil não cumpriu uma das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação, que determinava a redução do analfabetismo a 6,5% até 2015, e sua erradicação até 2024.

Os números são, essencialmente, o resultado do papel restrito demandado à Educação pelo desenvolvimento capitalista brasileiro, que, no caso geral, necessiita de um número relativamente pequeno de trabalhadores mais qualificados e de muitos trabalhadores pouco qualificados. 

Pela natureza do Estado brasileiro, que representa os interesses das grandes empresas e dos ricos, não há vontade política para se promover os investimentos necessários no sistema educacional, seja em instalações, material e equipamentos, salários dos professores e demais profissionais, alimentação e bolsas para os estudantes e outras medidas.

Contribuem em muito, também, para esse quadro a enorme desigualdade existente no país – que recai mais fortemente sobre os negros e obriga boa parte da população jovem a deixar a escola para trabalhar desde cedo – e a falta de estruturas de seguridade social, que obriga a muitos jovens – principalmente do sexo feminino – a largar os estudos para cuidar de irmãos mais novos ou dos pais ou avós idosos.

O acesso e a garantia da permanência de todos os jovens em idade escolar no sistema educacional, até a Universidade, é um direito de todos e um dever do Estado. É uma conquista dos trabalhadores que data da Revolução Francesa e se consagrou nos países que viveram experiências de construção socialista no século XX.

Qualquer projeto de desenvolvimento que não parta da Educação pública e gratuita integral para todos e não a tenha como objetivo central será um projeto limitado e parcial, que não contemplará os anseios de justiça e igualdade social. É hora de unir a classe trabalhadora para a garantia desse e de outros elementos-chave para o desenvolvimento, como a saúde pública, a moradia e a previdência universais.

(Com o site do PCB)

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