ONU aprova nova resolução pedindo fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba

                                                                          
Ao contrário da votação de 2016, quando os EUA decidiram se abster, a embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, votou contra a resolução
     
A Assembleia Geral da ONU aprovou, nesta quarta-feira (01/11), pela 26ª vez consecutiva, uma resolução que condena e pede o fim do bloqueio econômico que os Estados Unidos impuseram sobre Cuba. Foram 191 votos a favor, 2 contra (de EUA e Israel) e nenhuma abstenção.

Ao contrário da votação de 2016, quando os EUA decidiram se abster, a embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, votou contra a resolução. O movimento vem no âmbito da troca de governo nos Estados Unidos e do novo posicionamento da administração de Donald Trump em relação à ilha, revertendo a aproximação iniciada pelo ex-presidente Barack Obama.

Apesar das sucessivas aprovações, o governo norte-americano justificava a continuidade do bloqueio dizendo que a decisão de derrubá-lo cabia ao Congresso, e não à Casa Branca.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, representou o país na Assembleia, e fez um discurso bastante aplaudido pela Assembleia Geral.
                                                                      
“Nas últimas semanas, o presidente Donald Trump reiterou em quatro ocasiões diferentes que seu governo não levantará o bloqueio a Cuba a menos que esta realize mudanças em seu ordenamento interno. Reafirmo hoje que Cuba jamais aceitará condicionamentos, nem imposições, e recordamos ao presidente e a sua embaixadora [Haley] que este enfoque aplicado por uma dezena de seus predecessores não funcionou, nem funcionará. Será um mais em conta de uma política ancorada no passado”, afirmou.

ONU

Vários países se manifestaram no plenário a favor de Cuba. “A eliminação do bloqueio facilitaria a Cuba a atualização de seu modelo econômico e social, assim como o acesso ao sistema financeiro internacional. Ajudaria a sua pronta recuperação após a passagem do furacão Irma e movimentaria fluxos de comércio e inversão de maneira natural na região”, afirmou o representante do México, segundo o Cubadebate.

A representação diplomática dos EUA justificou o voto contrário dizendo que o fez porque “creem que o povo de Cuba merece um país estável, próspero e democrático”. “Por este motivo, votamos não e nos opomos firmemente a esta resolução.”

O bloqueio foi imposto de maneira oficial em fevereiro de 1962, sob a administração do presidente John F. Kennedy, mas o governo norte-americano já havia imposto algumas sanções em 1959, ano do triunfo da Revolução Cubana. O prejuízo acumulado com quase seis décadas de bloqueio chega a mais de 130 bilhões de dólares.

As perdas da economia cubana em mais de 50 anos de bloqueio norte-americano superam os 100 bilhões de dólares até 2011, de acordo com autoridades do país. Caso seja levada em conta a desvalorização do dólar frente ao padrão ouro nesse meio século, a cifra superaria o trilhão de dólares.

(Com Opera Mundi/Cubadebate)

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