Vitória nas eleições estaduais fortalece o processo bolivariano

                                     

A incontestável vitória do governo Maduro nas eleições estaduais realizadas no domingo, 15 de outubro, quando obteve 54% dos votos contra 45% da oposição e elegeu os governadores de 17 dos 23 estados da Venezuela (apenas o estado de Bolívar não chegou ainda aos números finais da apuração) aponta para um caminho de consolidação das conquistas da chamada Revolução Bolivariana e abre o caminho para a superação dos problemas e dificuldades existentes, no país, para a construção do Socialismo. Os 61,14% de participação dos eleitores (foi de 53,94% a participação popular nas eleições de 2012) representaram o fortalecimento do processo de conquistas democráticas e populares no país.

O resultado mostra que a população venezuelana não se esqueceu das imensas conquistas sociais obtidas nos governos Chávez e Maduro, como a dignificação dos salários, a construção de dois milhões de habitações populares (que beneficiaram mais de oito milhões de pessoas), a erradicação do analfabetismo, a duplicação do número de vagas nas universidades públicas, a urbanização de áreas urbanas ocupadas por moradores de baixa renda, a promoção e democratização do acesso à cultura e tantas outras.

A vitória do governo desmascara de vez, a exemplo do que ocorreu com a massiva votação popular na recente eleição da Assembleia Constituinte, as tentativas da oposição de caracterizar o governo Maduro como uma ditadura. Este resultado eleitoral revela também as fissuras no bloco da oposição e demonstra o esgotamento da tática oposicionista de promover manifestações de rua inchadas com a presença de “militantes” pagos para promover atos de violência e gerar imagens artificiais divulgadas amplamente na mídia internacional, com apoio direto dos Estados Unidos e outros países imperialistas, que exercem todo o tipo de pressão – incluindo ameaças de intervenção militar – para o combate ideológico aos avanços populares e democráticos do bolivarianismo e a defesa de seus interesses econômicos materializados na tentativa de acesso e controle das reservas petrolíferas venezuelanas.

Não são poucos nem simples os desafios da revolução em curso. Para a consolidação do processo, entre outros aspectos, há que combater as ilusões presentes em muitas lideranças bolivarianas de que é possível avançar rumo à igualdade social sem a superação do capitalismo. A Venezuela continua extremamente dependente da estrutura econômica monoexportadora (o petróleo é o principal produto) e multi-importadora (são importados 50% dos alimentos consumidos internamente e a maior parte dos bens de produção e de consumo de que o país necessita). Nos últimos anos, foram criadas muitas empresas importadoras que lutam para que esse quadro não se modifique. As estruturas de poder popular devem ser fortalecidas, e as empresas e órgãos de governo devem ser dirigidas por representantes dos trabalhadores.

Colocamo-nos em posição frontalmente contrária àqueles grupos e organizações que, ditos de esquerda, defendem a derrubada do governo Maduro, fazendo coro com a mídia reacionária internacional e com os propósitos do imperialismo, já que a queda do governo só pode significar, neste momento, a ascensão das frações burguesas pró-imperialistas ao poder. A luta somente avançará com o fortalecimento da organização dos trabalhadores e setores populares venezuelanos, que devem seguir no rumo da construção socialista, com a coragem e a ousadia que caracterizam, desde os primeiros momentos, o processo bolivariano.

Toda a solidariedade militante do Partido Comunista Brasileiro à luta da classe trabalhadora e do povo da Venezuela em defesa de sua soberania, rumo à efetiva construção do Poder Popular e do Socialismo!

Secretariado Político Nacional do PCB

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