Terroristas planejam usar armas químicas na Síria para poder culpar Assad de novo, diz Putin

                                                                       
"Temos informações de diferentes fontes de que similares provocações, e não as posso chamar de outra forma, são preparadas em outras regiões da Síria, incluído arredores de Damasco", disse
      
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (11/04) que Moscou tem informações de que estão sendo preparadas novas "provocações" relacionadas aos supostos ataques químicos na Síria para culpar o governo de Bashar al-Assad, usando substâncias tóxicas.

"Temos informações de diferentes fontes de que similares provocações, e não as posso chamar de outra forma, são preparadas em outras regiões da Síria, incluído os arredores ao sul de Damasco", disse, após se reunir com o presidente italiano, Sergio Mattarella. "Eles querem fazer uso de algum tipo de substância e culpar as autoridades sírias.”

O chefe da Direção Principal de Operações do Estado-Maior russo, coronel-general Sergei Rudskoy, complementou as informações de Putin e afirmou que o serviço de inteligência do país monitora grupos terroristas envolvidos no conflito da Síria. 

Eles estariam transportando substâncias tóxicas às regiões de Khan Shaykhun (local do suposto ataque com armas químicas na última semana), Jirah, Ghouta oriental e para o oeste de Aleppo.

Putin manifestou a vontade de que as Nações Unidas se envolvam na apuração do suposto ataque, dizendo todos os incidentes com uso de armas químicas devem ser investigados e, só a partir do resultado da investigação, tomar-se uma ação. "Temos intenção de nos dirigirmos oficialmente às correspondentes estruturas da ONU em Haia e pedir que a comunidade internacional investigue minuciosamente esses casos", disse.

O presidente russo disse que a situação criada após o suposto ataque químico na Síria lembra a invasão do Iraque em 2003, "quando os representantes dos EUA no Conselho de Segurança mostraram as supostas armas nucleares achadas no Iraque". "Depois disso, começou a campanha no Iraque, a militar, o que terminou com a destruição do país, um aumento da ameaça terrorista e o surgimento do Estado Islâmico na cena internacional", apontou.

Putin, que qualificou na sexta-feira de "agressão" o ataque perpetrado pelos EUA contra um aeroporto sírio na província de Homs, não deve se reunir hoje com o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, segundo o Kremlin. O responsável pela diplomacia dos EUA deve se encontrar somente com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, como inicialmente previsto.

Tillerson, que se propõe pressionar o Kremlin para que retire seu apoio a Damasco, acusou a Rússia de ser responsável "moral" pela morte de perto de cem pessoas. Na opinião de Washington, a Rússia descumpriu sua parte no acordo de eliminação de armas químicas na Síria, que evitou em 2013 uma invasão norte-americana e que foi fixado por Putin e Assad.


(Com Efe/Sputnik/Opera Mundi)

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