Projeto: EM CENA apresenta SÉRGIO MOREIRA em CAFUZO

                                       

19 de abril – Dia do índio – 20:30 horas

Teatro de Câmara - Cine Theatro Brasil Vallourec
Ingressos – R$ 28,00 (inteira) R$ 14,00 (meia)
Ingressos à venda pelo telefone 2626.1251
no site www.compreingressos.com e nas bilheterias do Cine Brasil

“Misturaram pretos e índios, dali nasceu minha avó, eu vivia meio confuso sem saber o porquê do arrepio ao bater do tambor, mas agora eu sou cafuzo, a morena tingiu minha cor, eu não vivo mais tão confuso, compreendo o porquê do arrepio ao bater do agogô”

Este é um trecho da canção “Cafuzo” de Sergio Moreira, composta em 1982. O índio habita a criação de Sérgio Moreira desde o início da sua carreira, é um discurso permanente em suas apresentações. “Ser índio não é questão de sangue, é estado de espírito” - é nesse pensamento que Sérgio Moreira subirá ao palco no próximo dia 19 de abril, Dia do Índio, apresentando canções que nos levam a meditar sobre a nossa existência, neste momento caótico em que vivemos.

Nascido em Teófilo Otoni, moldado em Nanuque e amadurecido em Belo Horizonte, Sérgio Moreira começou sua carreira aos 15 anos na Rádio Difusora de Nanuque. Ali, a música se fez presente através de artistas também em início de carreira como Xangai, Zé Edison, Kamil, e o jovem Sérgio absorvendo todas aquelas informações. 

Em 1972 mudou se para Belo Horizonte e foi estudar no Colégio Estadual Central, referência cultural da época, onde conheceu Flávio Venturini, Sirlan, Fernando Brant, Lô Borges, Beto Guedes, Melão , Leri Faria, Celso Moreira e muitos outros músicos da “geração 70”. 

Logo fundou sua primeira banda “A nuvem de Gafanhotos” e depois foi convidado a participar do “Grupo Ingazeira”, até iniciar sua carreira solo em 1980. A partir daí Sérgio Moreira começa a gravar seus primeiros discos, dirige espetáculos, apresenta-se em festivais e feiras de cultura, participa ativamente da vida cultural da cidade.

Sérgio Moreira por Sérgio Moreira “Faço música pautado na capacidade de mudar, de incluir, de abraçar. Os temas surgem do cotidiano, das minhas vivências comigo mesmo e com o próximo. Faço da música um escape e a música faz de mim seu veículo. 

Preciso conversar com o íntimo e o externo, fazer essa ponte de duas vias. Todas as letras têm um traço próprio. A poesia ensina e meu estilo conta estórias como num roteiro de curta metragem ou videoclipe. Sou visionário com os pés no chão, me encanto com as estrelas, mas sou difícil de seduzir. 

A música tem sua própria força, quem faz a música é ela própria, o músico é só o pedreiro”. O primeiro LP - “Sérgio Moreira” - gravado em 1985, já dava notícia de um ecletismo sem preconceitos, provavelmente herança de seu trabalho em rádio FM do interior, onde Odair José, Jerry Adriani, Tom Jobim, João Gilberto e Chopin conviviam em santa harmonia, cada um em seu contexto e importância.

O segundo CD - “Transparente” - é fruto da tentativa de organizar esse ecletismo. Todas as canções falam de coisas bem de dentro, de como o artista se posiciona diante do lúdico, do pensamento subjetivo. Em uma das faixas, a letra diz “Quando a luz do raio / apaga a luz da rua / e vem aquela estranha sensação / cidade nua / os faróis iluminam teu rosto / e teu corpo ganha um novo tom”.

O terceiro CD - “Negro” - aporta em sua vida a partir de histórias contadas pela mãe. “Negra é a pele que me veste / é o calor que me reverte a um lugar onde vivi / eu sou filho do teu leite / e espero que me aceite / na cor em que me acolhi”. Todas as canções têm raiz afro, incluindo “Brejo da Cruz” de Chico Buarque, “Cravo e Canela” de Milton e Ronaldo Bastos, “Lero Lero” de Edu Lobo e Cacaso. Sérgio tem a sensação de seguir seu percurso tentando explicar o inexplicável - “afinal a arte nunca se explica, é por isso  que se chama Arte”.

O show terá a cantora Déa Trancoso como convidada especial e a participação dos músicos Serginho Silva (percussão), Rogério Delayon (violões) e Juninho Fiuza (baixo).
 Produção cultural: Luiz Trópia & Tadeu Martins 

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