Campanha salarial conjunta mobiliza jornalistas, gráficos, radialistas e demais trabalhadores em empresas de comunicação

                                                                          
Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira 7/7 na Casa do Jornalista, os Sindicatos dos Jornalistas, dos Gráficos, dos Radialistas (Sintert-MG) e dos Empregados na Administração de Jornais e Revistas (Sinad) decidiram intensificar a campanha salarial conjunta das quatro categorias com realização de assembleias nas portas das empresas. O Sindicato dos Radialistas entrou com pedido de dissídio coletivo e os outros três sindicatos poderão acompanhá-los.

O pedido de dissídio dos radialistas foi feito depois de seis meses de negociações infrutíferas com os patrões, que oferecem reajuste de 5%, pouco mais da metade da inflação do período. “A categoria recusou a proposta patronal e depois da última reunião no Ministério do Trabalho o Sindicato não teve outra opção senão entrar com o pedido de dissídio”, disse Dalton Reis, diretor do Sintert-MG. A decisão agora caberá à Justiça do Trabalho.

A mesma situação é enfrentada pelas demais categorias. Aos jornalistas, cuja data-base é a mesma da dos radialistas, 1º de abril, os patrões de rádio e TV ofereceram também 5%; jornais e revistas ainda não apresentaram nenhuma contraproposta.

Aos empregados na administração de jornais e revistas, cuja data-base é 1º de julho, a proposta foi ainda pior. “Nesta segunda-feira tivemos uma reunião com os representantes patronais na Casa Amarela e eles ofereceram um índice muito aquém da inflação, de 2%”, informou o diretor do Sinad Emílio Silva.

Os gráficos, que têm data-base em 1º de junho e entregaram sua pauta de reivindicações em abril, ainda não conseguiram sequer se reunir com representantes do sindicato patronal. “A primeira reunião, marcada para esta semana, foi desmarcada, remarcada e novamente desmarcada”, contou o diretor do sindicato José Aparecido Ferreira.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Kerison Lopes, considerou a reunião foi muito importante, pois todos os sindicatos demonstraram disposição de luta. “Os radialistas tiveram de recorrer ao dissídio e pode ser que as outras categorias não tenham outra alternativa também”, avaliou. “Só a mobilização pode garantir a reposição das perdas salariais que tivemos e a participação dos trabalhadores é muito importante para mudar a posição dos patrões”, disse.

À instransigência dos patrões para negociar soma-se a série de desrespeitos a direitos e até corte ilegal nos salários, como aconteceu com os trabalhadores dos Diários Associados. Tudo isso vem sendo objeto de diversas ações dos sindicatos na Justiaça do Trabalho.

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