Ato de repúdio aos ataques contra o povo Guarani Kaiowá

                                                                                 
Basta do genocídio dos povos indígenas!

Quarta feira - 29 de Junho – 18:30h
Local: IEC-PUC MG – Rua Cláudio Manoel, N.º 1205, Funcionários
(próximo à Praça da Liberdade)

Com a presença de companheiros indígenas Terenas do Mato Grosso do Sul

 O brutal e covarde ataque de latifundiários e pistoleiros acobertados pelo Estado brasileiro, que no último dia 14 de junho assassinaram o agente de saúde indígena Guarani Kaiowá Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza de 23 anos, e levaram ao hospital seis indígenas atingidos por arma de fogo, inclusive uma criança de 12 anos, cobra uma resposta contundente de todos os democratas e movimentos populares brasileiros.

É mais um capítulo do histórico, secular e continuado genocídio dos povos indígenas. E uma vez mais o monopólio da imprensa, com a Rede Globo à frente, tenta subtrair da nação o conhecimento e o verdadeiro significado deste ataque, noticiando pouquíssimas vezes este grave acontecimento. E mesmo nesta ínfima “cobertura” jornalística, os indígenas foram tratados como “invasores” de terras de “fazendeiros”, e o ataque levado a cabo por pistoleiros, empresas de segurança privada e latifundiários foi divulgado como um conflito entre dois lados, dando a entender que os indígenas e latifundiários se enfrentaram e que os indígenas “levaram a pior”. E mais ainda, o tratamento dado à questão indígena é o de um problema localizado, como se não fosse parte da luta do povo brasileiro contra os exploradores e saqueadores da nação.

Os indígenas foram atacados em seu legítimo território. Os “invasores” são os latifundiários.

Não foi um “conflito”, os indígenas foram atacados logo após o Estado brasileiro - através da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança, polícias civil e militar do Mato Grosso do Sul - comparecer em seu território. 

Ou seja, o Estado brasileiro apresentou suas armas aos indígenas, e se retirou e se omitiu diante das milícias dos latifundiários. Os indígenas não são fracos como quer deixar transparecer o monopólio da imprensa, pelo contrário, cada vez mais resistem e lutam por seu território e por seu legítimo direito de autodeterminação.

E a luta dos indígenas, assim como a luta dos camponeses pela terra e a luta dos remanescentes de quilombolas por seus territórios e suas tradições, enfrenta uma sanguinária repressão do Estado brasileiro, que têm na exportação de minério, petróleo, soja, gado e cana, a medula deste modelo econômico falido, que espalha a miséria, a fome e o desemprego por todos os lares brasileiros. Só em 2015 ocorreram 1.217 conflitos no campo, mais do que 3 conflitos por dia; mais de 50 camponeses, indígenas e quilombolas foram assassinados.

Por tudo isso e muito mais, o ataque contra os Guaranis Kaiowás no Mato Grosso do Sul é um ataque contra todo o povo brasileiro. Pelo que conclamamos a participação de movimentos, sindicatos e entidades neste ato do próximo dia 29 de junho. Com a presença dos companheiros Terenas, que junto com os Guaranis Kaiowás e outras etnias resistem e lutam por seus territórios no Mato Grosso do Sul, certamente teremos muitas informações da verdadeira situação do que ocorre naquela região, talvez a mais conflagrada na questão indígena do país na atualidade. E poderemos somar forças poderosas contra o bárbaro genocídio dos povos indígenas brasileiros.

Luta Popular e Sindical (LPS) - Liga Operária - Associação Brasileira dos Advogados do Povo(Abrapo) - Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – Liga dos Camponeses Pobres (LCP) – FETAEMG – SINTECT-MG STICBH-MARRETA – SINDADOS – SINTRACC – SINTBOR-MG – MEPR – MFP - Mundo do Trabalho Contra a Precarização - Comitê Mineiro de Apoio às Causas Indígenas - Aldeia Umuarama.

http://institutohelenagreco.blogspot.com.br/2016/06/ato-de-repudio-aos-ataques-contra-o.html

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