36 milhões de pessoas passam fome na África

                                                                              
                                                                Oxfam International/Flickr


El Niño colaborou para 'um das piores secas em décadas' na África; na Etiópia, país mais atingido, 2 milhões de crianças desnutridas receberão tratamento do Unicef
      
A ONU declarou  quarta-feira (16/03) que mais de 36 milhões de pessoas estão passando fome atualmente no leste e sul da África por conta de altas temperaturas e seca.

O El Niño — fenômeno de aquecimento das águas do Pacífico Sul que repercute no clima mundial — colaborou para o aumento de temperaturas no continente. Há dois meses, 2015 foi confirmado como o ano mais quente já registrado da história e o El Niño foi um das causas apontadas por cientistas para o recorde.

O país mais atingido do continente é a Etiópia, que se localiza na região conhecida como “chifre da África”. Cerca de 80% das áreas de plantações do país tiveram chuvas aquém do necessário.
Quase um milhão de crianças africanas sofrem com desnutrição aguda grave, alerta Unicef

“A Etiópia sofreu um golpe duplo, por uma alteração do regime de chuvas, ligada às mudanças climáticas, e agora pelo El Niño, que potencialmente levou o país para uma das piores secas em décadas”, afirmou Gillian Mellsop, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) na Etiópia.

O Unicef afirmou que 2 milhões de crianças serão tratadas por desnutrição na Etiópia e projeta que mais de 10 milhões de etíopes precisarão de ajuda humanitária para se alimentar. De acordo com Mellsop, 3,89 milhões de crianças e adolescentes “estão incapacitadas de acessar uma educação de qualidade por conta da seca”.

O efeito do El Niño não era esperado pelas autoridades locais. “O padrão típico que se esperaria do El Niño é um tempo muito seco no sul da África, mas ligeiramente mais úmido do que o normal no leste da África”, afirmou ao jornal inglês The Guardian Linda Hirons, pesquisadora do Centro Nacional de Ciência Atmosférica (Reino Unido). “Então, o fato de haver partes do leste da África enfrentando uma seca é inusitado, mas cada El Niño se manifesta de modo diferente”, disse.

(Com Opera Mundi)

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