112 jornalistas assassinados em 2015, Brasil e México lideram nas Américas

                                                                    
Pelo menos 2.297 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação foram assassinados desde 1990, segundo um recente informe publicado pela Federação Internacional de Jornalistas (FIP). O documento aponta que a estatística inclui 112 vítimas mortais registradas em 2015, devido à violência exercida contra o jornalismo.

Desde o começo da publicação, em 1990, os números dos assassinatos de jornalistas passaram de dois para quatro dígitos, e lembra que o ano de 2006 foi o mais mortífero para a profissão com 155 assassinatos, segundo os dados da FIP.

"Esta publicação histórica pesquisa a trajetória da crise de segurança no âmbito jornalístico e atesta a larga campanha conduzida pela FIP contra a impunidade em torno da violência perpetrada contra os profissionais do meios”, declarou Jim Boumelha, presidente da FIP.

"Estes informes anuais são muito mais que uma simples lista de nomes de nossos colegas assassinados. Trata-se de nossa homenagem a sua coragem e ao alto preço que pagaram milhares deles, que perderam sua vida no cumprimento de sua missão de informar e conscientizar o público”.

O relatório indica que mesmo que uma grande parte dos assassinatos se registra em países em guerra ou contra conflitos armados – assassinatos premeditados, atentados a bomba, fogo cruzado ou sequestros cada vez mais violentos – os números não se justificam unicamente por esta causa.

"Existem outras razões, frequentemente distantes da zona de operações, pelas quais os jornalistas estão na mira, já que muitos deles são vítimas dos barões do crime organizado e de oficiais corruptos”, informou  o jornalista francês Anthony Bellanger. Uma das conclusões recorrente de nossos informes é que se registram muito mais assassinatos em situações de paz que em países atingidos pela guerra.

                                                              
Esta conclusão se reflete nos 10 pontos chave dos países mais perigosos registrados no relatório que foram vítimas da violência da guerra, da infração da lei e da ordem, além do crime e da corrupção. Esses países são Iraque, Filipinas, México, Paquistão, a Federação Russa, Argélia, Índia, Somália, Síria e Brasil. 

No ano passado, a França encabeçou, junto ao Iraque e Iêmen, a lista de países mais mortíferos para a profissão, depois do massacre do Charlie Hebdo, no qual 10 jornalistas e trabalhadores da revista satírica foram vítimas de terroristas. Nos últimos 25 anos, na América foram assassinados 472 jornalistas e trabalhadores da imprensa, dos quais 27 foram assassinados em 2015.

Uma segunda conclusão que se pode tirar do informe é a escassa consideração aos níveis de violência exercida contra os jornalistas no mundo, já que tão somente um de cada 10 assassinatos nos meios é investigado. A FIP avisa que a falta de ação para erradicar a impunidade dos crimes e outros ataques contra os profissionais dos meios continua agravando a violência contra eles.

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(Com a Federação Internacional de Jornalistas/Adital)

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