Morre o jornalista Moacir Japiassu

                                                             

O jornalismo sofre mais uma perda. Faleceu, na manhã de quarta-feira (4), aos 73 anos, o jornalista Moacir Japiassu, vítima de complicações decorrentes de um AVC sofrido em 12 de setembro.

Dono de um “humor ácido”, como disse o filho Daniel, Japiassu manteve nos últimos 15 anos a coluna “Jornal da ImprenÇa”, em que publicava erros e ‘barrigas” encontrados em textos jornalísticos, no portal “Comunique-se”, onde estreou em 2003. Nascido em João Pessoa, na Paraíba, ele radicou-se em Minas e São Paulo. Começou no jornalismo em 1962, no “Correio de Minas”, em Belo Horizonte, com o objetivo de ficar próximo da literatura –sua grande paixão, segundo o filho.

Poucos anos depois, foi para o Rio trabalhar no Departamento de Pesquisa do “Jornal do Brasil”. Em 1970, em São Paulo, integrou uma das primeiras equipes do “Jornal da Tarde”.

O jornalista passou por revistas como “Veja” e “IstoÉ” e foi um dos fundadores da “Pais e Filhos”. Na TV, foi editor-chefe do “Fantástico” em São Paulo, no final da década de 1980, e participou de vários programas esportivos em diferentes emissoras.

Escolheu a profissão ao perceber que o jornalismo lhe ajudaria a ficar perto de sua grande paixão: a literatura. No especial sobre seu cinquentenário como comunicador, revelou que o pai não gostava de vê-lo passando os dias a ler romances. Com a cobrança dentro de casa, o jovem de 19 anos foi fazer testes para integrar a redação do Correio de Minas” e ficou por lá.

Ele idealizou o personagem Janistraquis, na década de 1970, que acompanhou a vida toda, até o fim”. Segundo o filho Daniel, encontrou na literatura a sua razão de ser. Publicou os livros “A Santa do Cabaré”, “Concerto para Paixão e Desatino”, “Quando Alegre Partiste” e “Danado de Bom”, um livro de receitas –outra grande paixão. Com mais de meio século dedicado ao jornalismo, criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo.

Japiassu morreu na Santa Casa de Cunha, cidade no interior de São Paulo onde vivia desde 2002 e deixou a mulher, Márcia, o filho, Daniel –ambos jornalistas– e três netas. (Com a Associação Brasileira de Imprensa)

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