Repórter-fotográfico é atingido por bala de borracha durante protesto em MG

                                                                
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                         Repórter foi atingido na perna por bala de borracha disparada pela PM


Na última quarta-feira (12/8), o repórter-fotográfico do jornal O Tempo, Denilton Dias, foi atingido por um tiro de bala de borracha durante cobertura de protesto em Belo Horizonte (MG).

Repórter foi atingido na perna por bala de borracha disparada pela PM

De acordo com Abraji, Dias cobria a manifestação contra o reajuste das tarifas de ônibus na cidade. ao perceber que os ânimos entre policiais e manifestantes está tenso, pediu para atravessar o bloqueio e acompanhar o possível enfrentamento atrás dos PMs. No entanto, ele teve a solicitação negada.

Na sequência, a PM disparou bombas de efeito moral na direção dos manifestantes. Próximo ao local, Denilton foi atingido por um tiro de bala de borracha numa das pernas, o que provocou queimaduras na roupa e na pele do fotógrafo. Ferido, o repórter se refugiou num prédio e seguiu no carro de reportagem para um hospital.

Em nota, a Abraji cobra investigação do caso, bem como a identificação do policial que disparou o tiro contra um profissional de imprensa. "Se a intenção era “tirar o repórter fotográfico de combate”, sua conduta é uma afronta à liberdade de expressão e informação e deve ser exemplarmente condenada", declarou a entidade.

Jornalistas se reuniram quinta-feira na sede do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais para tomar uma posição sobre a violência praticada contra o trabalho da categoria. 

O fotógrafo não usava os equipamentos de segurança indicados pelo Sindicato para trabalho em protestos, mas, pela forma como foi atingido, eles provavelmente de nada valeriam. “Foi à queima-roupa”, contou Denilton. “Eu estava a dois ou três metros dos policiais e a uns cinquenta dos manifestantes. Não estava ‘no meio da confusão’ e não podia ser confundido com manifestantes”, explicou. “Não havia ninguém entre mim e os policiais.”
                                                                    
O fotógrafo contou que de repente ouviu barulho, olhou para o céu, viu bombas voando e, quando a primeira bomba explodiu, sentiu sua perna atingida por um disparo. “Senti minha perna queimando e vi uma labareda de uns vinte centímetros na minha calça”, contou. Só então o deixaram passar. Arrastando-se, Denilton conseguiu chegar a um prédio na Avenida Augusto de Lima, onde pôde tirar a calça e constatar os ferimentos, no meio da coxa. De lá, ligou para o jornal, que enviou carro com motorista para conduzi-lo até o Hospital João XXIII, onde foi socorrido.

No dia seguinte, Denilton tomou a vacina antitetânica recomendada; os ferimentos – um deles mais leve e outro mais forte – continuavam roxos e o local, muito inchado. Da violência sofrida enquanto exercia sua profissão, ele guarda a impressão de que o comportamento da PM neste 12 de agosto foi diferente do que teve em outras manifestações. “Se houve pedradas, eu não vi”, conta. “A sensação que eu tenho é que levei o primeiro tiro, que queriam me tirar dali para que eu não fotografasse o que estava acontecendo.” (Com o Portal Imprensa/Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais)


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