Grécia terá eleições antecipadas com principal partido no poder em crise

                                                                           

O premiê da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou na noite de ontem (20) sua renúncia e pediu a realização antecipada das eleições para implementar o terceiro pacote de resgate e levar o país a sair da crise de dívida.

"O mandato popular que recebi no dia 25 de janeiro foi executado. Agora, o povo soberano da Grécia deve exercer seus direitos", disse Tsipras num discurso televisionado pouco antes de apresentar oficialmente seu pedido ao presidente grego, Prokopis Pavloulos.

Conforme o terceiro pacote de assistência aprovado recentemente pelo Parlamento, os credores vão oferecer 85 bilhões de euros à Grécia, na condição de que o país promova reformas em impostos, pensões, estatísticas, bancos e setor judiciário, além da venda de ativos estatais num valor de 50 bilhões de euros.

Alguns membros parlamentares do partido no poder se opõem ao acordo, pois as exigências do pacote contrariam a posição do governo de coalizão, que discordam da austeridade.

Tsipras admitiu que sua administração não conseguiu promover um acordo na expectativa expressada quando tomou posse no início deste ano. O governo também fez concessões aos credores. Ele destacou, porém, que o novo acordo será a melhor oportunidade de desenvolvimento para a Grécia.

Tsipras não esclareceu a data em que deseja realizar as eleições, mas fontes do governo afirmaram que os gregos vão possivelmente às urnas no dia 20 de setembro.

Conforme a Constituição, após a renúncia do governo, o presidente da Grécia vai autorizar os três partidos do Parlamento com os maiores números de assentos a formar uma nova administração. Cada partido tem um prazo de três dias.

Caso nenhum consiga, o presidente vai declarar a realização das eleições dentro de um mês. Se líderes dos partidos chegarem a um acordo, o parlamento pode designar diretamente um governo interino.

Ao submeter a demissão, Tsipras afirmou que vai desistir de seu direito de formar um novo governo, como líder do partido com o maior número de lugares no Parlamento. Ele também pediu ao presidente que inicie os processos para organizar um gabinete interino.

Ao votar sobre o 3º pacote de resgate no Parlamento, 43 dos 149 membros do partido de esquerda radical Syriza, chefiado por Tsipras, não deram votos a favor. 

Analistas apontaram que o pedido de eleições antecipadas do premiê visa conquistar o apoio maioritário no Parlamento para implementar o novo acordo de assistência. (Com a Rádio China Internacional)

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