Nigéria: O horror em números

                                            
Frame do vídeo Military War Crimes (Crimes de guerra cometidos por militares) | ©Amnesty International


Com base em anos de pesquisa e análise de evidências – incluindo correspondências e relatórios militares vazados, bem como entrevistas com mais de 400 vítimas, testemunhas e responsáveis das forças de segurança nigerianas – a Anistia Internacional descreve em um novo relatório uma gama de crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade cometidos pelos militares da Nigéria no contexto da luta contra o Boko Haram no nordeste do país.

Veja  alguns números encontrados no relatório:

Conflito

Mais de 1 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido a ataques do Boko Haram desde 2009.

17.000 pessoas foram assassinadas no nordeste da Nigéria desde o início do conflito em 2009.

Pelo menos 20.000 pessoas, a maioria homens e meninos, foram detidos pelas Forças Armadas Nigerianas desde 2009

Mais de 7.000 pessoas morreram de inanição, asfixia ou tortura enquanto estavam em detenções militares desde 2011.

Mais de 1.400 cadáveres foram entregues, provenientes do quartel Giwa, a um necrotério em Maiduguri em junho de 2013.

Pelo menos 1.200 homens e meninos foram executados extrajudicialmente pelas forças armadas nigerianas nos estados de Borno, Yobe e Adamawa desde fevereiro de 2012.

Até 1.700 homens e meninos entre 14 e 30 anos de idade estão registrados como membros da milícia civil, a Força Tarefa Conjunta Civil. Acredita-se que existam outros milhares de membros não registrados.

Boko Haram

Mais de 5.500 pessoas foram assassinadas pelo Boko Haram entre 2014 e março de 2015.

Pelo menos 2.000 mulheres jovens e meninas foram sequestradas pelo Boko Haram desde 2014.

Pesquisa da Anistia Internacional

Mais de 800 documentos oficiais foram revisados pela Anistia Internacional. Mais de 700 cartas e memorandos entre o quartel-general militar e a região de atuação do exército, relatórios diários de unidades militares sediadas no nordeste e dezenas de documentos.

90 vídeos foram visualizados e verificados pela Anistia Internacional que mostram os membros das forças de segurança e sua milícia aliada, a Força Tarefa de Participação Civil (FTP civil), enquanto cometiam abusos e violações dos direitos humanos.

412 pessoas foram entrevistadas pela Anistia Internacional para este relatório, incluindo sobreviventes, vítimas, seus familiares, testemunhas, ativistas de direitos humanos, médicos, jornalistas, advogados e fontes militares.

57 cartas foram enviadas pela Anistia Internacional às autoridades federais e estaduais desde 2013, partilhando os resultados da investigação, levantando preocupações sobre violações contínuas e solicitando informações e ações específicas, tais como investigações.

Apenas 13 foram as respostas recebidas do governo nigeriano. (Com a Anistia Internacional)

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