Fragmentos da história de Raposos (Depois do facebook)

                                                               

Giuseppe Moll Persichini Persichini

Versões sobre o mesmo tema: 1ª Matriz de Minas Gerais Igreja Matriz de Raposos - Nossa Senhora da Conceição.

(segundo o historiador Diogo de Vasconcelos, constante na Pesquisa de Jurandir Persichini registrada no Arquivo Público Mineiro e Instituto Histórico Geográfico-1967).

Richard Francis Burton, que a visitou em 1867, fala que outrora a igreja era muito rica em prata e que naquela época poucas peças ainda restavam. Hoje resta pouco do antigo patrimônio e mesmo as imagens são pobres e, aparentemente, com antiguidade não condizente com a idade do templo. Está construída sobre uma plataforma que avança em direção ao Rio das Velhas e que termina numa escadaria que após o pequeno adro desce em direção à apertada rua frontal.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição na localidade de Raposos, Região Metropolitana de Belo Horizonte, pode ser vista de longe, após uma curva do Rio das Velhas e é fácil acessá-la sem depender de informações. 
                                         
É tradicionalmente considerada a mais antiga igreja do estado de Minas Gerais, construída ainda no final do século XVII. A data mais comum de referência é o longínquo ano de 1690, ou seja, da época dos primeiros descobrimentos do ouro no Sabarabuçu. 

Porém, muitos acreditam que ela seja um pouco mais nova. Segundo o historiador mineiro Diogo de Vasconcelos, Pedro de Morais Raposo chegou a Minas na comitiva do Governador Artur de Sá Menezes, por volta de 1695. 

Em sendo assim ou encontrou um núcleo com a Matriz de N.S. da Conceição já erigida ou a igreja é realmente um pouco mais nova do que se costuma acreditar. O mais provável é que a Matriz de Raposos seja do principio de Século XVIII e que os primeiros templos mineiros sejam mesmo aqueles construídos pela bandeira de Januário Cardoso no norte de Minas, em Januária. Por isso muitos autores fixam 1704 como sendo o ano da sua fundação.

Está erigida praticamente às margens do Rio das Velhas, mas a segura distância de eventuais enchentes. Do seu adro tem-se uma bela visão de uma larga curva do rio, ainda majestosa a despeito das degradações que o histórico curso d’água vem sofrendo ao longo de mais de trezentos anos. 
                                                                  
Para uma matriz do princípio do século XVIII, a igreja de Raposos é relativamente simples, com poucos adornos e pouca riqueza. O douramento e a pintura dos altares estão quase que inteiramente apagados, prevalecendo a exposição da madeira ao natural. 

Richard Francis Burton, que a visitou em 1867, assinala que outrora a igreja era muito rica em prata e que naquela época poucas peças ainda restavam. Hoje resta pouco do antigo patrimônio e mesmo as imagens são pobres e, aparentemente, com antiguidade não condizente com a idade do templo. Está construída sobre uma plataforma que avança em direção ao Rio das Velhas e que termina numa escadaria que após o pequeno adro desce em direção à apertada rua frontal.

A fachada mostra uma porta retangular elementar, sem moldura. Não há cunhais nem pilastras aparentes. Há um minúsculo óculo vazado e duas sacadas laterais. As torres são encimadas por coberturas piramidadas altas com pináculos singelos. 

Há quatro finas colunas quadradas em cada canto das torres circundando as pirâmides, ao estilo do pobre neo-gótico das igrejas brasileira do século XX. Provavelmente foram ali colocadas bem mais recentemente. De fato, Dom Frei José da Santíssima Trindade – bispo de Mariana - registrou em 1822 que o edifício da igreja estava em ruínas. 

  • Portanto, deve ter passado por uma grande reforma no século XIX que, seguramente, descaracterizou sua fachada original. Há umas cimalhinhas pintadas retas em forma de telhado, abaixo das aberturas
    dos sinos. O frontão é quase reto com volutas pintadas na parte de baixo e uma base pontuda na parte de cima, onde repousa uma cruz básica.O altar mor tem colunas torsas, duas de cada lado. 

  • A base do trono é alta e há duas pequenas imagens de cada lado sob consolos. Dois grandes óculos retangulares atravessam as grossas paredes da capela mor. O arco cruzeiro não tem qualquer decoração. Em suas laterais, encostados em ângulo reto, há dois altares nos quais o retábulo é quase que uma simples moldura entalhada. 

                                                                      
Nas laterais da nave, atrás de balaustradas, há dois corredores em madeira, com arcos que se abrem para o interior da nave em trifório. Apresentam o teto em forma de abóbadas de arestas, com facetas que se encontram no alto ao estilo gótico. Essa subdivisão lateral da nave pode ser observada também em outras duas matrizes muito antigas: a de N.S. da Conceição de Sabará e a matriz de N.S. da Assunção de Mariana. 

Na parte da frente desses corredores laterais, próximos ao arco cruzeiro, há dois outros altares. O da direita é em arquivoltas e o da esquerda é em dossel. O entalhe dos altares é competente mas o douramento e a pintura apresentam apenas vestígios do que foram no passado. 

No da direita, provavelmente mais antigo, prevalecem entalhes de uvas e folhas e no da esquerda prevalecem figuras de anjos. O teto da nave é facetado e no centro há uma visão de N.S. da Conceição que parece ser mais recente. 

O piso de madeira atual substitui o primitivo piso de terra batida. Não há quebra vento e o coro é reto sem qualquer decoração, cercado por uma balaustrada fina. Enfim, a matriz de N.S. da Conceição de Raposos é uma igreja relativamente singela para sua condição de matriz do princípio do século XVIII. Mas é muito peculiar, o que pode servir para atestar sua antiguidade. Oferece ainda a romântica possibilidade de se poder contemplar o movimento manso e lendário do Rio das Velhas, do alto do seu adro.

Comentários

Unknown disse…
Caro Camarada Jose Carlos Alexandre,

Obrigado por postar esse "fragmento" da história de Raposos. Neste ano vamos resgatar muitas coisas da "moscouzinha"- que é Raposos- e da "cidade soviética" -que é Nova lima, cujos feitos heroicos ficaram escondidos nas masmorras da Ditadura e pela dominação prepotente e sanguinária da Saint John Del Reu Mininig Company- a Morro Velho durante anos. Viva os 51 herois (ou mártires) da Resistência. do Jurandir Persichini