Cuba expôs preocupações pela situação dos direitos humanos nos EUA

                                      

Cuba expôs ontem aos Estados Unidos suas preocupações relacionadas com as garantias e a proteção dos direitos humanos na nação do norte, durante o primeiro diálogo bilateral sobre o tema, realizado em Washington.

Trazemos inquietudes por padrões de discriminação e racismo na sociedade norte-americana, a intensificação da brutalidade policial, os atos de tortura e execuções extrajudiciais na luta antiterrorista e o limbo jurídico dos prisioneiros no cárcere de Guantánamo, precisou a jornalistas o chefe da delegação da ilha, Pedro Luis Pedroso (foto).

Em uma coletiva de imprensa para oferecer detalhes a respeito da reunião, o subdiretor geral de Assuntos Multilaterais e Direito Internacional da chancelaria acrescentou que a parte cubana também assinalou preocupação pelas limitações dos direitos trabalhistas e as liberdades sindicais.

De acordo com Pedroso, apesar das marcadas diferenças de concepção e exercício dos direitos humanos, o encontro no Departamento de Estado decorreu em um ambiente de respeito e profissionalismo.

Tratamos assuntos de interesse para ambas delegações, disse o funcionário, que destacou que o inédito diálogo evidenciou "que é possível se relacionar civilizadamente, a partir do reconhecimento e respeito às diferenças".

Além disso, acrescentou, a reunião desenvolvida por iniciativa de Cuba ratificou a disposição de Havana em debater qualquer tema sobre a base da igualdade e reciprocidade.

Ante uma pergunta da Prensa Latina, Pedroso informou que a ilha apresentou no breve tempo disponível alguns de seus avanços em matéria de proteção e promoção dos direitos humanos.

Em relação a futuros intercâmbios de critérios em torno desta questão, não descartou sua realização.

O diálogo sobre direitos humanos soma-se a outros temas de interesse bilateral analisados de forma paralela ao processo de restauração de relações diplomáticas e abertura de embaixadas, derivado dos anúncios de 17 de dezembro dos presidentes Raúl Castro e Barack Obama, de avançar para a normalização de vínculos.

Waldo Mendiluza - Enviado especial  (Com a Prensa Latina)

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