American Sniper: Lenda americana

                               


Dirigido por Clint Eastwood, 'American Sniper' conta a história de Chris Kyle, atirador de elite americano que matou mais de 200 pessoas. Está nos cinemas e concorre a seis Oscars...

Sniper  Americano é o título do filme dirigido por Clint Eastwood, que concorre a seis Oscars, entre eles o de melhor filme e melhor ator. É a história de Chris Kyle, interpretado por Bradley Cooper, um sniper, atirador de elite das forças especiais da Marinha dos Estados Unidos, enviado ao Iraque com a única missão: proteger seus companheiros de operação em terra. Sua habilidade com o rifle de longo alcance o torna o fuzileiro mais letal da história militar americana.

Autorizado a matar qualquer pessoa, não importando a idade ou o sexo, Kyle atingi a incrível marca de 255 mortes. O Pentágono confirma 160 mortes. “Eu era bom em alvos vivos”, dizia o sniper. Ambos os números são recordes. Até então, o máximo de vítimas contabilizadas por um atirador de elite americano era de 109, cifra atingida durante a guerra do Vietnã (1965-1975).   

Nacionalista ao extremo, Kyle afirmava que gostaria de ter matado mais. “Era o meu papel. Eu estava salvando vidas inocentes”. Sua perícia em combate lhe rendeu o codinome de “a lenda”, entre os militares americanos. Já entre os iraquianos, seu apelido era “o demônio de Ramadi”. Um prêmio em dinheiro foi atribuído pela resistência a quem o matasse. Cartazes foram espalhados na zona de conflito oferecendo 80 mil dólares pela sua cabeça.

Treinado para matar, disse certa vez que ficou hesitante em sua primeira operação militar. Mas que toda vez que precisava puxar o gatilho, pensava que a vítima merecia morrer, pois estava cometendo atos de violência contra os americanos. Uma de suas vítimas foi uma mulher, civil, que aparentava segurar uma granada. Segundo reportagem da CNN, a mulher segurava uma criança.  

Kyle é visto com um herói em seu pais, onde acumula diversas condecorações por bravura. Após deixar as forças especiais em 2009 torna-se diretor em uma empresa que treina atiradores para o Exército americano.

Ser cowboy – O filme de Eastwood não é uma apologia ao sniper.  Baseado na autobiografia de Kyle, mostra o drama de um texano que queria mesmo era ser cowboy. Mas o máximo que consegue é participar de rodeios e angariar tombos de cavalos selvagens.

Kyle é um sujeito pouco sociável, que prefere ir aos rodeios a estar com sua namorada. Ainda criança, aprende a atirar com o pai, que nos fins de semana o leva à missa e durante as refeições aproveita para lhe incutir valores morais de dever e de proteção incondicional à família.

Seu instinto patriota o leva a ingressar nas Seals, forças especiais da Marinha americana, a mesma responsável pela morte de Osama bin Laden, em maio de 2011. Antes de embarcar para o Iraque, ele casa-se com Taya Renae, vivida por Sienna Miller. Mesmo o casamento e a gravidez da esposa não o impedem de ir à guerra.

Kyle serviu no Iraque por quatro turnos alternados. Nos períodos que esteve em casa com a família, vivia inquieto, atormentado e distante da mulher e dos filhos. Seu desejo era voltar e resgatar seus companheiros.

A exemplo de Nascido Para Matar (Full Metal Jacket), filme de 1987, dirigido por Stanley Kubrick, sobre a guerra do Vietnã, Sniper Americano mostra a intensa pressão psicologia e física por que passa um soldado para se tornar um combatente das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Responsável por um dos Exércitos mais poderosos do mundo,  o governo americano treinou, armou e enviou para lutar mais de 1 milhão de soldados no Afeganistão (2001-14) e no Iraque (2003-09). Mesmo em tempos de bombardeiros sem pilotos, mísseis teleguiados e drones, o soldado é indispensável na ocupação de territórios.

Chris Kyle foi um deles. Morreu em 2 de fevereiro de 2013, com 38 anos de idade. Foi baleado em um campo de treinamento de tiro, em Erath Country, Texas. O principal suspeito, Eddie Ray Routh, é um fuzileiro naval de 25 anos. (Com Carta Maior)

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