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A realidade dos PCs
   

 José Carlos Alexandre (*)  

Comunistas mineiros dos principais centros operários do Estado se reúnem neste final de semana em Brumadinho.

Trata-se da primeira grande atividade do PCB este ano e para discussão de um tema fundamental  em partidos marxistas-leninistas: organização.

Em todo o mundo os partidos comunistas e operários enfrentam este problema na verdade desde os anos 98/91 quando da reunificação alemã e o fim da União Soviética.

Se se quiser fazer uma análise mais detalhada, o problema pode estar até um pouco mais atrás: a realização do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética e o relatório Kruschiov de 1956.

De lá para cá, efetivamente, houve um certo relhamento do movimento operário internacional, de repercussão na Europa e em países fundamentais como no Brasil.

É certo que o chamado "ouro de Moscou", teve forte influência nos PCs, o que claramente se nota no Brasil.

Infelizmente as novas lideranças comunistas não souberam ou não estavam preparadas para tamanho "debácle" como foi a extinção da URSS.

Neste ponto a pequena Cuba soube sair-se melhor da crise do que a maioria dos partidos comunistas.

Pode-se notar que, com raríssimas exceções,  os PCs de hoje praticamente dependem do Fundo Partidário para sobreviver.

Não dispõem mais de poderosas editoras, jornais em profusão e quadros organizados para comandar greves, realizar passeatas vitoriosas (estão sempre à reboque) ou simplesmente editar agendas de fim de ano,

Estão faltando quadros profissionais nos PCs, como defendia Lenin.

Também como arcar com despesas para contratá-los se não têm forças para eleger parlamentares, colocar militantes à frente de grandes organizações sindicais e tudo mais?

É de se ressaltar o trabalho que têm militantes da juventude e dos movimentos feminino e negro em alguns PCs.

Leve-se em conta também algum tipo de ação de professores e intelectuais em geral.

Fora disso, o que existe é mera imitação de partidos comunistas.

Minas, quando põe em destaque, como no próximo final de semana a luta pela organização, merece elogios.

Pelo menos aqui se faz alguma coisa...

(*)José Carlos Alexandre é membro da Velha Guarda do PCB em Minas Gerais

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