Meu recado

                             
               Nos tempos do cafezinho

José Carlos Alexandre

De fato, jornalistas  são vidrados em café...

Como comecei a tomar tanto café?

A matéria do Portal Imprensa fez-me recordar.

Estávamos nos anos 60 ainda. Depois de 1964.

Um belo dia Carlos Magno, então redator-chefe do Diário da Tarde,  jornal que circulou em Belo Horizonte de 1941 a 2007, pediu-me um editorial para a edição que sairia logo em seguida.

Não sabia ele que estava acostumado a produzi-los em jornais alternativos em que trabalhava...

De qualquer forma achei que era muita responsabilidade...

Recorri-me ao cafezinho. Só a ele, já que nunca fui de fazer uso de cigarros...

O editorial saiu a tempo de ser lido  e encaminhado à oficina.

Tema ligado a problemas da cidade, portanto, em certo sentido ameno...

De lá para cá até os últimos momentos do DT nunca deixei de produzi-los...


Nem nos jornais alternativos como os de sindicatos de trabalhadores e no União Sindical que do José do Carmo Rocha, do João de Paulo Pires e meu.

E na Rádio Guarani, por pelo menos dois anos...

Com ajuda do cafezinho...

Uma coisa eu estranhei quando visitei jornais norte-americanos à época das eleições que deram a vitória ao presidente Bill Clinton.

Em cada veículo de comunicação em que entrei, a começar pelo The Washington Post, o cafezinho era na verdade uma caneca gigante de café...

O creme era a salvação, para não me intoxicar com tanta cafeina...

Era muito café para meu gosto...

Talvez por pura autodefesa do organismo hoje prefiro o que eu mesmo preparo.

Com auxílio dessas máquinas maravilhosas onde a gente só tem de apertar um botão: meu cafezinho é o que no interior costumam chamar de "água-de-batata" ( não se preocupem com o hífen, usei-o para chamar a atenção...

Um santo remédio nos anos 80,90, quando acumulava funções na mesma rIedação em que comecei minha vida de editorialista.

Já falecido, meu amigo e companheiro de trabalho Antonio Viçoso Dias chegava da Defensoria Pública onde trabalhava para produzir a Coluna por Um e o Jornal do Funcionário .

Dentre minhas funções, estavam as de ler seus textos antes de entregá-los à diagramação.

E, conforme o dia da semana, ainda teria de produzir o editorial do dia seguinte, editar a capa do caderno dois ( de Arte, que tinha editoria própria mas a capa era de minha responsabilidade) e ainda responder por outras tarefas...

O Viçoso insistia em "me pagar um café" ( mera expressão porque na verdade a gente se revesava na gentileza) lá embaixo, na Lanchonete Nacional...

Pausa abençoada. A gente descia para o cafezinho e ainda dava uma volta no quarteirão, falando abobrinhas, para descontrair.

De volta à redação era o restante da tarefa. até lá para onze, meia-noite..

Bons tempos,,,

De ocupação que distraia e cafezinho ( com adoçante) para não engordar demais...

Tarefa para o chopinho no Maletta...



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