Camponeses ocupam 15 agências da Caixa Econômica e Banco do Brasil

                                    

Cerca de três mil famílias organizadas no Movimento Camponês Popular (MCP) ocupam desde as 7 horas da manhã desta segunda-feira, 15 de dezembro, agências bancárias em três estados brasileiros. As ocupações ocorrem nas agências da Caixa Econômica Federal nos municípios de Caldas Novas, Catalão, Crixás, Ipameri, Santa Terezinha, Orizona, Posse, Vianópolis, Cidade de Goiás, Itapuranga e Jaraguá e a agência do Banco do Brasil no município de Rubiataba, todas no Estado de Goiás. Ações também são realizadas nos estados da Bahia e do Piauí. 

MCP

A ocupação deve ser encerrada no fim da tarde ainda desta segunda. Como resultado da pressão, o Ministério das Cidades se comprometeu a cumprir a meta de contratação das 1.200 moradias entre dezembro e janeiro de 2015. No entanto, o MCP informa que ainda deve se reunir com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Aloizio Mercadante, para que a pauta seja cumprida em sua totalidade.

A mobilização é motivada pela exclusão de quase dois terços das moradias previstas para o ano de 2014 da meta de contratação do programa Minha Casa Minha Vida 2, do governo federal. A meta de 1.200 contratações foi um compromisso assumido pelo Ministério das Cidades após a mobilização ocorrida em junho deste ano, pelo MCP. No entanto, só foi autorizada a contratação de 483 moradias, apesar de todas as 1,200 famílias estarem com suas documentações prontas.

"Nós do MCP não aceitamos essa contratação fragmentada, tendo em vista que todas as exigências foram cumpridas e todas as 1.200 propostas enviadas aos agentes financeiros estão com a documentação pronta. Para o MCP, essa conquista exigiu muita luta e não pode ser perdida”, afirma o Movimento em comunicado.

Para a entidade, o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) é uma conquista das famílias camponesas organizadas, mas tem sofrido sucessivos ajustes do governo federal, como a redução de recursos e, consequentemente, a diminuição da meta de contratação de moradias no país. "Com isso, muitas famílias camponesas que lutaram para ter o direito à moradia reconhecido acabam não tendo acesso ao Programa".

O MCP destaca que o projeto de moradia desenvolvido pelo Movimento é um dos melhores do país, construindo a maior casa – com mais de 80 metros quadrados –, e se tornando referência para o campo em nível nacional e internacional. Para o Movimento, moradia não é apenas a casa, mas o conjunto de infraestrutura camponesa, como: energia, abastecimento de água, saneamento básico, tratamento de lixo e produção de alimentos saudáveis.(Com a Adital)

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