Pelo menos 35,8 milhões de pessoas escravizadas em todo o mundo em 2014

                                                                        

            O Global Slavery Index, um índice que começou a ser feito no ano passado, identificou a existência de pelo menos 35,8 milhões de pessoas escravizadas em todo o mundo em 2014. Em 2013 o número oficial era de 29,8 milhões de pessoas. Apesar de representar apenas uma pequena fracção da Humanidade, há países em que as pessoas escravizadas chegam a 4% da população, mas foram identificados escravos em 167 países.

É na Índia que se concentra a maior fatia de pessoas identificadas como escravas neste índice (14,3 milhões), seguida da China (3,2 milhões), o Paquistão (2,1 milhões), o Uzbequistão (1,2 milhões) e a Rússia (1 milhão). 

Em Portugal estima-se que haja 1400 pessoas nestas condições. O índice inclui nas suas definições não apenas a escravatura na sua forma mais imediatamente reconhecida, mas também o tráfico humano, os trabalhos forçados, a escravidão por dívida, os casamentos forçados e a venda e exploração de crianças.

A escravatura moderna, tal como é definida por este índice, envolve uma pessoa possuir ou controlar outra de tal maneira que prive significativamente essa pessoa da sua liberdade individual, com o objectivo de explorá-la através da sua utilização, gestão, lucro, transferência ou venda.

A efectiva tendência dada pela economia neoliberal para a mercantilização das pessoas e do seu trabalho, através da precariedade, leva a uma diluição daquilo a que poderíamos chamar a escravatura. 

Embora este índice descreva as expressões mais radicais e violentas de opressão, exploração e dominação sobre as pessoas, a verdade é que as definições tocam perigosamente as fronteiras do que em muitos países (como Portugal) é considerado trabalho legítimo e legal.

A não erradicação da escravatura implica sempre uma chantagem para o conjunto das populações e uma degradação para toda a sociedade, que permite que estes fenómenos, por mais marginais que sejam, existam e, consequentemente, que possam servir de comparação para pressionar salários, direitos e poder pessoal para mínimos cada vez mais mínimos.(Com o Diário Liberdade)


Comentários