ELEIÇÕES BRASILEIRAS E UCRANIANAS (Texto de resistir.info)

                                                                       

 Teclar números números numa máquina de votar não é sinónimo de democracia – é apenas o seu rito formal. Não se pode dizer que haja democracia quando esta não está assegurada no lugar de trabalho, no espaço mediático, na distribuição da propriedade e do rendimento nacional, nas realidades económicas e sociais. Apresentar este formalismo como seu sinónimo é a homenagem que a má consciência do vício presta à virtude. 

Neste domingo houve eleições no Brasil. A candidata social-democrata, vencedora, continuará ali a fazer a gestão do capitalismo oligopolista brasileiro. Não há nela qualquer veleidade de transformação real do país num sentido progressista – e ainda que houvesse, está manietada pelas alianças espúrias feitas pelo PT e pela maioria reacccionária do Congresso. 

Na Ucrânia, o regime oligárquico saído do golpe de Estado de Fevereiro buscava desesperadamente legitimar-se. A farsa eleitoral era, assim, funcional para isso. É claro que todos os candidatos eram oligarcas, todos os partidos progressistas (PCU, Borotba) foram cuidadosamente eliminados e que os partidos neo-nazis continuam a dominar as ruas, a polícia, as forças armadas e a condução da guerra. De eleições assim é o que Tio Sam gosta. (Com resistir.info)

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