Ação policial deixa ao menos 15 jornalistas feridos

                                                                   

Fotógrafo é cercado e agredido por sete policiais militares, durante a cobertura de protestos (Crédito: Reprodução/BBC)

Igor Waltz (*)

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) divulgou uma nota dizendo que 15 jornalistas que cobriam as manifestações contra a Copa do Mundo neste domingo, 13 de julho, na Tijuca, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, ficaram feridos. De acordo com o sindicato, os repórteres foram agredidos por policiais militares que acompanhavam o protesto ou ficaram feridos por armas não letais desses agentes.

Manifestação coincidiu com a final da Copa do Mundo. O protesto, que reuniu cerca de 300 pessoas na Praça Saens Peña, a cerca de dois quilômetros do Maracanã, palco da final, foi duramente reprimido.

Um dos casos mais graves foi o do fotógrafo Mauro Pimentel, do site de notícias Terra, que teve a lente da câmera quebrada e levou um soco no rosto. “Eu estava de máscara de gás, que foi quebrada com o soco. Foi isso que me salvou, senão teria ficado muito mais ferido”, disse.

“Na confusão das bombas de gás eu caí e a tropa de choque começou a passar por cima de mim. Aí veio um policial e se abaixou; eu achei que ele ia me ajudar mas ele abriu a minha máscara de gás e jogou spray de pimenta no meu olho”, disse Ana Carolina Fernandes, freelancer de agências de notícias.

O jornalista do SBT Tiago Ramos, outro ferido, contou em seu perfil na rede social Facebook que foi para o hospital depois que um policial o golpeou no braço. “Enquanto eu filmava uma agressão feita pela polícia, um policial com intuito de evitar que eu continuasse filmando me golpeou pelas costas, a pancada que era pra pegar na minha nuca, acabou pegando no braço porque virei pra me defender, estou com atestado, no qual o médico me proíbe fazer qualquer atividade por três dias.”

Entre os jornalistas agredidos, três são estrangeiros. O documentarista canadense Jason O’Hara teve que ser levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, para tratar de ferimentos. Além dele, foram agredidos o fotógrafo peruano Boris Mercado (que chegou a ser detido) e o jornalista italiano Luigi Spera.

“Show de horror nas ruas do Rio. Amigo e cineasta Jason O’Hara brutalizado pela polícia, levou chutes na cabeça”, disse em sua conta no Twitter o geógrafo americano Christopher Gaffney, professor-visitante da Universidade Federal Fluminense (UFF).

(*) Com informações da BBC e da EBC.  (Com a ABI)

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