A morte e a morte de Salomão Borges

                                   

Salomão Magalhães Borges (1972-1975) morreu na tarde desta quinta-feira 17/7/14, em Belo Horizonte, depois de permanecer internado no CTI do Hospital São Lucas durante 15 dias. Salomão tinha 98 anos; deixa 11 filhos, 25 netos e 10 bisnetos. Seu velório será na Casa do Jornalista (Avenida Álvares Cabral nº 400, Centro) e o enterro está marcado para amanhã, sexta-feira, 18/7. 

Além de jornalista respeitado, Salomão ficou conhecido como "o pai da família Borges", dono da casa onde se encontravam os artistas do "Clube da Esquina", entre eles seus filhos Marilton, Lô, Márcio, Telo, Solange e Nico, além de Milton Nascimento, que se considerava o 12º.

Salomão Borges nasceu em Belo Horizonte (MG), em 12 de fevereiro de 1916. Seu pai, José Joaquim Borges, português que veio para o Brasil ainda recém-nascido, era capitão da Polícia Militar e músico – tocava violão. Sua mãe, Paulina Raimunda Borges, natural de Mariana (MG), era descendente de negros e índios. Com oito irmãos, Salomão nasceu e cresceu no bairro de Santa Efigênia, em Belo Horizonte.

O caminho da música para ele foi aberto pelo cinema, uma de suas paixões, e por uma irmã que cantava e tocava violino. Influenciado pelo militarismo, aos 16 anos alistou-se para a Revolução de 32, mas seu batalhão não seguiu para a linha de frente. Casou-se, aos 22, com Maria Fragoso Borges, com quem teve 12 filhos.
                                              
Trabalhou como funcionário público federal, mas devido a seu interesse pelas letras e a um esforço autodidata, em 49, entrou para o jornal o Diário da Tarde, onde trabalhou como editor de esportes e editor de Nacional. Em 52, transferiu-se para o jornal O Estado de Minas, no qual trabalhou até 78. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Ante disso, ele e mais 14 jornalistas participaram do Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em Porto Alegre em julho de 1968.
                                  QUASE MORREU

Na volta a Belo Horizonte o avião, saído de São Paulo ( até hoje há que se passar por São Paulo para se ir em avião comercial ao Rio Grande do Sul), um dos motores do avião começou a pegar fogo. A aeronave teve de ficar dando voltas sobre a cidade para reduzir o combustível, um drama que Salomão costumava contar aos familiares, principalmente ao filho mais velho, Marilton Borges. E sem dramatizar, lembrava:"Quase morri"...


 Foi um grande apoiador dos talentos musicais e literários dos filhos. Em 80, gravou com toda a família o disco “Os Borges”. 

Salomão nasceu em BH em 12 de fevereiro de 1016, trabalhou também no antigo "Jornal de Minas",onde foi redator e editor, na Rádio Inconfidência, onde também foi redator e foi juiz classista, representante dos jornalistas no Tribunal Regional do trabalho da 3ª Região. Tirou o primeiro lugar no Concurso de Reportagem sobre a Semana da Asa, em 1960.

O enterro está previsto para as 15h de sexta-feira, 18, no Cemitério da Paz no Bairro Caiçara, Região Noroeste de BH, saindo da Casa do Jornalista, avenida Álvares Cabral, 400, onde está sendo velado.

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