SIP condena agressões contra 17 jornalistas no Brasil

                                                             
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) denunciou na última quinta-feira, 19 de junho, que pelo menos 17 jornalistas foram agredidos no Brasil durante a cobertura das manifestações na primeira semana da Copa do Mundo. De todos esses casos de violência, 88% foram causados por policiais. A entidade pediu que as autoridades esclareçam estes “atos de violência” e se mantenham atentas.
Os ataques ocorreram entre 12 de junho, data da abertura da Copa, até o dia 18, enquanto os jornalistas cobriam manifestações contra os gastos no Mundial em diversas cidades, como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. 
“Apesar das diversas medidas adotadas por organizações de imprensa para garantir a segurança dos jornalistas e das declarações oficiais sobre o princípio de não violência contra a imprensa, lamentamos que continuem ocorrendo estes fatos de agressão”, ponderou o uruguaio Claudio Paolillo, encarregado de liberdade de expressão da SIP.

Em comunicado, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também denunciou os casos de violações contra os profissionais de imprensa e denunciou que 46% das agressões foram intencionais, ou seja, ocorreram mesmo após o jornalista se identificar.

Entre os casos citados pela estão o da produtora da CNN, Barbara Arvanitidis e da correspondente do canal no Brasil, Shasta Darlington, atingidas por estilhaços de bombas de efeito moral. Ambas cobriam o confronto entre policiais e manifestantes nas proximidades no metrô Carrão, na Zona Leste de São Paulo, caminho da Arena Corinthians, sede da abertura da Copa.

Paolillo, que também é diretor da revista uruguaia “Búsqueda”, lamentou que atos de agressão continuem acontecendo, “apesar das distintas medidas adotadas por organizações de imprensa para garantir a segurança dos jornalistas e declarações oficiais que ratificam o princípio de não violência contra a imprensa”.

Pouco antes do início da Copa do Mundo, várias organizações de imprensa do Brasil emitiram um manual para jornalistas com recomendações relacionadas à segurança e proteção durante a cobertura de protestos.

Em fevereiro, a SIP pediu que a imprensa brasileira adotasse “mais medidas para a proteção dos jornalistas”, após a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão enquanto cobria protestos no Rio de Janeiro pelo aumento das passagens de ônibus.

Naquela época, a SIP lembrou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República criou em 2012 o Grupo de Trabalho Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil para prevenir assassinatos de jornalistas e acabar com a impunidade.

Com informações da AFP.(Com a ABI)

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