Liberdade para Huber Ballesteros

                                                                        
George Mavrikos

George Mavrikos, secretário-geral da FSM pede no plenário da 103ª Assembleia da OIT liberdade para Huber Ballesteros e mais de 9500 presos políticos na Colômbia


«Em nome da Federação Sindical Mundial representando hoje 90 milhões de trabalhadores em 129 países do mundo, consideramos que a situação da classe trabalhadora em nível global está a piorar constantemente» afirmou George Mavrikos, Secretário-Geral da FSM perante o plenário da 103ª CIT.

A profunda e prolongada crise do sistema capitalista gera pobreza, desemprego e sofrimento para os trabalhadores e grandes lucros para os capitalistas. Estamos muito preocupados com a subida dos partidos neofascistas na Europa, pelo fortalecimento do racismo e da xenofobia. É dever dos sindicatos isolar os fascistas em cada sector e em cada local de trabalho.

Ao mesmo tempo, a competitividade dentro do sistema imperialista gera guerras, conflitos, intervenções imperialistas. Vemos os resultados destas intervenções na Líbia, Síria, Iraque, Afeganistão, Ucrânia e noutros locais.

Os imperialistas intervêm para ganhar esferas de influência, rotas de transporte de energia, roubar os recursos naturais e económicos que pertencem aos povos do terceiro mundo.

É esta a situação actual. Perante esta situação, como FSM, queremos destacar, a partir da 103ª CIT — os 5 pontos seguintes

Ponto 1 — Apelamos à luta contra o desemprego. O desemprego mata os sonhos dos jovens. O desemprego é um inimigo do movimento sindical e um aliado dos capitalistas. A FSM escolheu o dia 3 de Outubro de 2014 como Dia Internacional de Acção contra o Desemprego. Devemos participar nesta luta com um programa e iniciativas concretas.

Ponto 2: O direito à greve está em perigo. Os governos e a burguesia têm a sua leitura própria do Convénio 87. O seu objectivo é eliminar o direito à greve e pôr condições que tornam impossível organizar uma greve. É o dever de todos nós defender o direito à greve. 

A greve é uma arma única da luta de classes e ainda mais agora, quando os ataques contra os direitos e as conquistas dos trabalhadores é constante. É um direito, registado no Convénio 87 de 1948 e nas leis nacionais. É incorrecto enviar este tema ao Tribunal Internacional de Haia.

Ponto 3: Há um mês, a 13 de Maio de 2014 na cidade de Soma na Turquia, mais de 300 dos nossos irmãos perderam a vida, porque a mina onde trabalhavam não tinha as necessárias medidas de segurança sanitárias. A sede de lucro dos patrões assassinou mais de 300 trabalhadores.

Para a FSM, a luta por medidas de saúde e segurança laboral é uma prioridade básica. Para o movimento sindical classista a vida do trabalhador é o valor mais importante. Assim, a luta por medidas de segurança e saúde laboral é uma das prioridades principais, juntamente com a luta por salários e a luta contra o desemprego.

Ponto 4: Hoje, enquanto estamos aqui a discutir na 103 CIT, milhares dos nossos irmãos, de colegas estão presos. Na Colômbia, 9 500 combatentes estão presos injustamente. Entre eles, o dirigente da FSM Huber Ballesteros, sindicalista do sector agro-alimentar. 

No Paraguai, Ruben Villalba, dirigente camponês da nossa organização afiliada MOAPA está preso. Há perseguição a sindicalistas no Cazaquistão, Malásia, na Grécia, os grevistas de Helliniki Hallivourgia foram condenados em tribunal. 

No Chile, os trabalhadores continuam a sofrer com a substituição dos trabalhadores em greve, sindicalistas são despedidos diariamente. No Peru sindicalistas da construção civil e de outros sectores são ameaçados, atacados e assassinados. Há dias, os trabalhadores grevistas e as suas famílias foram atacados por homens contratados nas fábricas da empresa Holcim no Sri Lanka, por manifestarem o seu direito à greve.

Exigimos que a OIT intervenha imediatamente pela liberdade de Huber Ballesteros na Colômbia, Ruben Villala no Paraguai e todos os militantes presos.

Ponto 5: Estimados amigos, o último ponto que queremos destacar é a falta de representatividade na OIT.

Hoje, a FSM tem 90 milhões de membros. Segundo a representação proporcional deveria ter 5 lugares de membros titulares no Conselho de Administração. Estes lugares estão ocupados por outros através de processos antidemocráticos e não transparentes.

Esta é uma imagem que não é boa nem para o movimento sindical nem para a própria OIT. Continuaremos a gritar. Continuaremos a lutar pela representatividade, transparência e democracia até ao fim. Apresentamos por escrito e verbalmente as nossas propostas concretas ao Director Geral. Estamos abertos e preparados para uma solução verdadeira e justa. Pedimos o apoio de todos para este esforço, que no próximo período passará por outras formas.

Finalmente, deste espaço, enviamos mensagem internacionalista ao heróico povo da Palestina, ao povo cubano, aos povos da Venezuela, Bolívia, Equador, Líbano e a todos os outros e afirmamos que estaremos a seu lado com espírito fraternal e internacionalista.

Asseguramos aos trabalhadores de Portugal e Grécia que continuamos a seu lado nas suas várias lutas contra a austeridade, a troika, o FMI e a UE. (Com odiario.info)

Comentários