Morre o ex-presidente da ABI Fernando Segismundo

                                                                  


Igor Waltz

Morreu na manhã de quarta-feira, 21 de maio, Fernando Segismundo, ex-presidente da Associação Brasileira de Imprensa – ABI. Prestes a completar 99 anos em julho, o jornalista morreu de infecção generalizada no Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio. Ele estava internado há cerca de um mês, devido a uma fratura na clavícula, em decorrência de uma queda. O corpo foi enterrado no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na quinta-feira, dia 22.

Segismundo deixou esposa, Gioconda Cavalieri, e filho César. O corpo foi velado durante a tarde do dia 21, na Capela 9 do Cemitério São João Batista.

O jornalista esteve à frente da ABI em duas ocasiões. Em dezembro de 1977, ele assumiu a Presidência durante o licenciamento médico de Prudente de Moraes, neto , e foi eleito para permanecer no cargo até maio de 1978. Ele voltou a ocupar a cadeira entre 2000 a 2004.

Sua carreira também foi marcada pela participação atuante em outras entidades de defesa dos profissionais de imprensa. Segismundo foi um dos fundadores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro, em 1935, onde lecionou História Política e Econômica no curso de Capacitação Jornalística que ajudou a criar. Em 1957, foi secretário geral do VII Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado no Rio de Janeiro com o intuito de reunir e aproximar profissionais de todos os Estados do País.

Segismundo nasceu na cidade de Braga, em Portugal, filho do português Antônio Augusto Segismundo Álvares Pereira e da enfermeira brasileira Paulina do Nascimento Esteves. Aos 18 anos, aprovado em um concurso público, foi estimulado por um colega a seguir carreira no jornalismo. Nas primeiras décadas do século XX, a profissão de jornalista não era remunerada e muitos profissionais acumulavam a função com cargos públicos.

Sua estreia como jornalista foi em 1933, trabalhando à noite no jornal A Pátria, fundado por João do Rio e mantido por membros da colônia portuguesa no Rio. No mesmo ano, foi contratado pelo Diário de Notícias, onde trabalhou por 37 anos e exerceu diversas funções como editor da seção educativa e editorialista.

Foi autor de diversas livros que exploraram o universo dos jornalistas no Brasil, entre eles “Imprensa brasileira — vultos e problemas”, em que faz uma retrospectiva da ABI, de Gustavo de Lacerda à Era Getúlio Vargas; e “Barbosa Lima Sobrinho — o dever de utilidade”, em que resgata a obra do também ex-presidente da entidade. Durante o regime militar, integrou o rol de jornalistas presos, acusados de subversão. (Com a ABI)

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