Minas/Itália, um ótimo encontro cultural

                                                              
Um livro é sempre bom, seja ele qual for. Mas quando se tem em mãos um livro muito bem escrito, ilustrado, com pesquisa documental minuciosa de um registro histórico, ricamente editado, melhor ainda.

Este é o caso do “Minas /Itália, um encontro cultural”, (Associação Universo Cultural, 176 páginas,  2012) da jornalista Lena Brandão e equipe, contando como se deu  a chegada dos italianos à “nação” Minas Gerais.

O bom desta iniciativa patrocinada pela Fiat, claro, é que ficamos sabendo não só da contribuição dos italianos à cultura, economia e vida social de Minas Gerais como nos remetemos e nos atualizamos com a história do Estado.

O livro tem a proposta de reconstruir a trajetória da imigração em Minas, iniciada no século XIX,  e mostrar a contribuição italiana para o desenvolvimento das Gerais.

É nesse momento que a atenção do leitor se prende a um texto bem escrito e um levantamento histórico ricamente pesquisado. É por aqui que se começa a ver os italianos chegando com os “braços para a lavoura”.

E eles vão se  ajeitando vindos do Norte da Itália, os “mais bem aceitos” chegando às cidades mineiras daqui e dali numa adaptação admirável. Católicos que eram não tiveram problemas. Fincaram suas raízes inicialmente em  Mariana, São José del Rei (hoje Tiradentes), Ouro Preto e entorno, em função da extração do ouro, e nas fazendas de café.

Precariamente instalados, em galpões de abrigo, em pensões e hotéis superlotados ao ponto de adoecerem os italianos não ficaram apenas na lavoura. E num dos tópicos do livro pode-se ler : “Io non sono agricultore, sono construttore”. E não ficaram apenas na zona região de Mariana. Foram para Juiz de Fora, Divinópolis, Uberlândia,São Sebastião do Paraíso, Carmo da Mata, São João Del Rei, São João Nepomuceno, Itaúna, Ubá , Araxá e por todo o Estado.

Mas foi em Belo Horizonte que a imigração italiana deixou marcas profundas. O então bairro Barro Preto, à época Vila Operária do Barro Preto “foi ocupada por trabalhadores altamente qualificados, portadores de bons antecedentes e folhas corridas  sem nenhuma mácula” .

E o livro segue com textos e fotografias, nos remontando a uma histórLinksia de contribuição da migração italiana, falando das dezenas de famílias que aqui chegaram para ficar, enfim, uma história digna de respeito e admiração.

Fátima de Oliveira

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