Por que votar no candidato comunista para presidente?

                                                           
Mauro Iasi é pré-candidato a presidente da República pelo PCB
Lincoln de Abreu Penna (*)


O PCB lançou a pré  candidatura do professor Mauro Iasi à presidência da República em 2014.  Ao eleitor não comunista pode parecer uma candidatura apenas para constar. Portanto, sem  possibilidade de competir eleitoralmente.

Pois saibam todos os que assim pensam, que a candidatura de Mauro Iasi é prá valer. Não só porque ele representa um Partido que tem história na política brasileira, desde 1922, como possui um programa de transformação social a refletir grande parte das bandeiras recentemente ostentadas pelos manifestantes que foram às ruas em Junho de 2013 nas principais cidades do País.

O programa comunista abre a perspectiva de se derrotar o capitalismo e permitir assim que se projete para num horizonte mais próximo o socialismo. E esta questão não é de cunho propagandista. O capitalismo está a atravessar uma crise profunda e sem volta. Sua fase terminal, no entanto, necessita de empenho de todas as forças sociais interessadas em sua remoção, para que ele venha a ser paulatinamente substituído pelas relações socialistas de produção.

Afinal, quando Marx e Engels prognosticaram o fim do capitalismo e a sua substituição pelas relações socialistas, eles incentivaram a criação dos partidos comunistas, vanguardas da classe operária para colocarem um término definitivo à transição que eles apontavam como inerente ao desenvolvimento desigual e contraditório do próprio Modo de Produção Capitalista.

Logo, o que o PCB faz é tão somente contribuir de forma consequente para que esse processo se acelere, tendo em vista a necessidade de se operar o quanto antes essa transição, sob pena de aprofundarmos a sensação da barbárie que tem assumido dimensões trágicas em muitas sociedades nacionais, particularmente entre nós.

Assumamos, portanto, o discurso da mudança fora do sistema, da transformação que provoque a alternância não apenas de homens ou mulheres bem intencionados, mas de formas de poder que representem de fato os anseios das massas trabalhadoras de um País que tem a vocação natural de liderança do processo de mudança radical na América Latina.

Para que isso se torne possível é necessário o combate à ideologia do capital, aquela que se encontra presente em todos nós, em hábitos e costumes atrelados à lógica capitalista. Torna-se imprescindível que todos tenham a consciência de que essa lógica do ganho, da competição desenfreada, da disputa de posições de modo a garantir vantagens sobre os demais companheiros e colegas, seja banida de nosso convívio. Não é fácil dizer ou simplesmente apontar para essa questão. Ou nós começamos a banir essas práticas em nosso cotidiano, ou evoluiremos cada vez mais para o egoísmo de cunho anti-social que grassa em nossas relações sociais.

O comunismo não é o que as forças da direita, da reação conservadora, pintam e bordam para impedir que as pessoas de bem possam refletir racionalmente sobre o seu significado. O que se deseja com uma sociedade comunista, tendo o socialismo como ponte necessária até sua constituição, é precisamente a integração do ser humano num único processo de produção e repartição da riqueza para todos igualitariamente, sem distinção de classes – até porque elas não mais terão sentido -, de etnias que se julgam superiores, de religiosidades, ou de valores nacionais exclusivistas. Todos irmanados e voltados para o bem-estar da sociedade humana. Enfim, para o que Marx dizia ser o verdadeiro início da história da humanidade.

(*) Lincoln de Abreu Penna é professor universitário.

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