Oferta da UE ao Mercosul incluirá exigência de direitos humanos e trabalhistas

                                                                           
Wolfgang Kreissl-Dorfler defende os direitos humanos

Deputados da comissão europeia que negocia com bloco sul-americano criticam postura de Brasil e Argentina nas tratativas
          
Em meio à expectativa para a troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia, etapa necessária para que o acordo bilateral avance neste semestre, começam a aparecer as exigências que cada lado fará para a conclusão do convênio, negociado há mais de 14 anos. 

Do lado europeu, serão sugeridas cláusulas que garantam o cumprimento dos direitos humanos e trabalhistas nos países sul-americanos.

A inclusão deste tema faz parte do que negociadores de ambas as partes chamam de “questões sociais”, vinculadas ao desenvolvimento regional.

“Um convênio desse tipo vai beneficiar ambas as partes. Não só os grandes empresários, mas o povo também precisa participar disso. A Mercedes-Benz, a Volkswagen e a Basf não precisam desse convênio. É importante que este acordo tenha a parte de negócios, mas também o lado de direitos humanos e ambientais.De outro jeito, não vale para ninguém”, afirmou a Opera Mundi um dos líderes da delegação europeia na negociação, Wolfgang Kreissl-Dorfler, do SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha, da atual base de governo da chanceler Angela Merkel). Ele também acrescenta que a exigência do cumprimento de direitos trabalhistas tem o objetivo de equilibrar a competição entre os setores agrícolas, caso a União Europeia realmente abra seus mercados. 
                                                                 
Para outro deputado da mesma comissão do Parlamento Europeu ouvido por Opera Mundi, o opositor Jurgen Klute(foto), do esquerdista Die Linke, a inclusão dessa cláusula visa garantir que não haverá retrocesso na América do Sul. “Ainda há problemas que não foram resolvidos. 

Os direitos fundamentais, humanos e trabalhistas devem ser protegidos dos dois lados. Os países do Mercosul têm avançando neste ponto nos últimos anos, mas devemos garantir que não haverá retrocesso, como já aconteceu”, afirma. (Com Opera Mundi)

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