Ano chega ao fim com vários lançamentos latino-americanos no cinema, revela Opera Mundi


                                                        
É crescente a oferta de filmes distribuídos, em grande parte, por empresas independentes de olho em festivais bacanas
  
Estejam atentos os admiradores do cinema latino-americano e os curiosos para conhecer as cinematografias dos países vizinhos: no Brasil, é crescente a oferta de filmes hispano-americanos distribuídos, em grande parte, por empresas independentes de olho em festivais bacanas e interessadas em propostas mais autorais. Para citar algumas exemplos, temos Esfera e Tucumán Filmes no Rio de Janeiro, Vitrine Filmes em São Paulo e Zapata Filmes em Porto Alegre. E, para complementar a oferta, temos as grandes distribuidoras, ligadas sempre nos lançamentos mais comerciais.

Até o fim do ano, estão previstos seis longas-metragens, com lançamentos infelizmente mais concentrados ainda no eixo Rio-São Paulo. Um é uruguaio, outro é peruano, e quatro deles são argentinos, e não que isso merece um “infelizmente”, mas também se torce por uma representatividade cada vez maior (o que, em realidade, também se apresenta no horizonte).

Vamos aos filmes argentinos. Juan e Evita, uma história de amor, de Paula de Luque, é um drama que relata a história de amor do casal mais famoso da América Latina depois de Diego&Frida que, talvez superando o matrimônio mexicano, foi a centelha para um movimento político que mudou a história de um país. O filme estreou em outubro em algumas praças, mas chega agora a São Paulo com distribuição da Tucumán junto à Mercado Cultural.

Dirigido por Pablo Giorgelli, Las acacias, considerado um dos melhores filmes latinos de 2011, bastante premiado festivais afora, é um road movie em que Rubén, um motorista de caminhão solitário que há anos percorre a estrada entre Assunção, no Paraguai, e Buenos Aires, dá carona à paraguaia Jacinta e seu bebê de oito meses. 

Esse encontro mudará para sempre sua vida e encantará os espectadores mais afins àquele cinema mais poético, no rastro de personagens em ebulição por dentro, mas em silêncio por fora. Quem distribui é a Vitrine, que lançou o filme primeiro em São Paulo e agora o leva às salas do Rio de Janeiro.

Habi, a estrangeira, de María Florencia Álvarez, fez parte da seleção da 37 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas quem perdeu a chance de assistir a essa coprodução Argentina com o Brasil (de cujo elenco participa a atriz brasileira Maria Luisa Mendonça) pode corrigir a falha. A história se atém a Analía, uma jovem de 20 anos que numa pequena cidade na Argentina e viaja para Buenos Aires para entregar artesanatos. Numa das viagens ela acaba entrando por engano na casa em que está acontecendo um velório muçulmano que a deixa “enfeitiçada” e, como pede uma boa história, a tira de certa letargia. O filme já estreou com boas críticas na Argentina e tem distribuição própria no Brasil.

Para finalizar o time de argentinos, vem aí um sucesso de bilheteria do Rio da Plata: Um time show de bola, animação do oscarizado Juan José Campanellla (O segredo de seus olhos). É daqueles desenhos que agrada tanto adultos como crianças, em que Amadeo, um jovem tímido e talentoso, tenta reunir seu time de pebolim após uma separação. Conta com exibição em 3D e será lançado por uma “major”, a Universal.

O uruguaio Artigas - La redota, de César Charlone (diretor de fotografia de muitos filmes produzidos pela O2, de Fernando Meirelles, e diretor de O banheiro do papa), é um drama histórico de 2011 que finalmente aterrissa em São Paulo (em maio, foi exibido em Porto Alegre). A história envolve o libertador José Artigas, homem que liderou o exército popular no interior do Uruguai em tempos de luta pela independência (mais especificamente, em 1884). É distribuído pela Panda Filmes.
                   
 Finalmente, o peruano Casa Dentro, de Joanna Lombardi, é outra repescagem da Mostra de Cinema de São Paulo que merece atenção. É uma “história mínima” sobre Pilar, uma senhora de quase 81 anos que divide sua casa com Consuelo, Milagros e Tuna. Circulou por vários festivais internacionais e chega ao Brasil graças à associação Esfera/Europa Filmes.

É de se celebrar que mais e mais títulos da região cheguem ao circuito comercial brasileiro de cinema, mas vale ressaltar que as “antigas” videolocadoras costumam ser ótimas fontes para interessados nas cinematografias latino-americanas. Muitos filmes são lançados aqui diretamente em DVD. Enquanto essa velha tecnologia existir... Aproveitem. (Com OM_

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