Minhas carteiras

                                                       
Nos anos 70, José Carlos Alexandre, com Nilza, que morou no Japão muito tempo, e Nilson, que agora mora no céu
José Carlos Alexandre

Recebo um recado: minha carteira de jornalista está pronta...

Qual delas? A nacional ou a internacional.

Gosto de usar as duas...

Ah! Boas lembranças da primeira: era vermelhinha e tinha o nome do jornal em destaque: "Novos Rumos".

Este foi o primeiro jornal de verdade em que trabalhei. Não contam os escolares, tampouco os de comunidades, como "O Barraco", da Federação dos Trabalhadores Favelados de Belo Horizonte...

Era produzido na sede do antigo Partido Socialista Brasileiro, na Avenida Afonso Pena, 333.E nos horários de almoço do presidente da Federação, Francisco Nascimento, que trabalhava na Auto Esporte, uma loja das Casas Arthur Haas...Logo depois, por interferência do PSB,ele foi trabalhar nos Correios...

"O Barraco" logo logo passou a sair junto com "O Binômio", do José Maria Rabelo/Euro Arentes...

Aí já havia passado para o Partido Comunista Brasileiro e o jornal "Novos Rumos", Sucursal de Minas Gerais, que funcionava na Rua Carijos,121.

De lá passei a trabalhar no "Diário da Tarde", onde fiquei até 2007, quando ele se fechou...

Também trabalhei , paralelamente, como noticiarista e editorialista nas rádios Mineira e Guarani e em entidades sindicais de trabalhadores.

"Novos Rumos" circulou até 1º de abril de 1964, quando foi fechado pelo golpe cívico-militar que implantou a ditadura só terminada em 1985...

Continuei nas publicações do PCB que surgiam periodicamente, como colaborador anônimo...E, juntamente com um dirigente comunista mineiro, José do Carmo Rocha, e o jornalista João de Paulo Pires, meu amigo e e colega no "Diário da Tarde", criei o Jornal "União Sindical", que circulava no Estado, cobrindo entidades sindicais de trabalhadores.

Só de trabalhadores...

Mas eu usava, em alguns ambientes, o botão da Federação Internacional de Jornalistas,cuja sede era em Praga, na então Tchecoslovaquia. Era muito bonito e a entidade era referência mundial em termos de sindicalismo.Hoje ainda é muito atuante e sua sede em Bruxelas, na Bélgica...

E tem um vice-presidente brasileiro, Celso Schroeder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.

Tenho orgulho em usar a minha carteira internacional da FIJ, embora evite a todo custo dar "carteiradas"...

Afinal desde que me entendo por militante político, sou internacionalista.

Embora sempre ciente da minha pequenez...

Sempre tive a pretensão de, a medida do possível, lutar pelo bem-estar e pela promoção dos trabalhadores do mundo inteiro, contra a exploração capitalista.

Contra o imperialismo.

Pelo socialismo. Não este socialismo estilo europeu, que inspirou o antigo PSB ao qual era filiado quando ainda nem tinha direito a voto.

Mas o verdadeiro socialismo, que entendo o de Marx, Engel, Rosa Luxemburgo, Luiz Carlos Prestes, Che Guevara, Anita Leocádia Prestes, Oscar Niemeyer, Horácio Macedo, José Francisco Neres, Nestor Veras, Carlos Marighella, Fidel Castro Ruz,José Carlos Mariátegui, Antonio Gramsci, Álvaro Cunhal, Dolors Ibaruri, Anélio Marques Guimarães, Armando Ziller, Alaor Geraldo Mendes (recentemente falecido), dentre tantos outros no Brasil, na América Latina, na Europa.na Ásia.

         

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