Federação Única dos Petroleiros critica duramente a decisão de explorar o pré-sal sob o modelo de partilha

                                      

           Agora o povo brasileiro está 60% mais pobre

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) publicou nota após o leilão do campo de libra criticando duramente a iniciativa do governo federal em explorar o pré-sal sob o modelo de partilha. O consórcio formado pelas empresas Petrobras, Shell, Total , CNPC e CNOOC venceu o leilão realizado na segunda-feira (21), no Rio de Janeiro, e com isso ganhou o direito de explorar o Campo de Libra, localizado na Baía de Santos por 35 anos. O consórcio venceu o leilão com o lance mínimo, isto é, a União receberá 41,65% do excedente em óleo extraído pelo consórcio.

Segundo a FUP, "O país antes do leilão era 100% dono de um dos maiores campos de petróleo já descobertos no mundo. Agora o povo brasileiro está 60% mais pobre, pois o Estado Brasileiro, na melhor das hipóteses, ficará com 40% desse estratégico reservatório de petróleo". Para a Federação, a entrega de parte do pré-sal à multinacionais "é um dos maiores crimes contra a soberania do país. Um dia triste para o povo brasileiro."

O campo de Libra é considerado o maior campo de petróleo já descoberto no Brasil. A Petrobras, além dos 10% garantidos pela vitória do consórcio, receberá 30% garantidos pelas regras do leilão. A Total e a Shell ficaram com 20% cada uma e as chinesas CNPC e CNOOC, com 10%.

As reservas em Libra, ainda não confirmadas, são estimadas entre 8 milhões e 12 bilhões de barris de petróleo. Caso se confirme a estimativa, Libra será o maior campo de petróleo do País. A ANP estima que, em seu pico de produção, sejam extraídos diariamente 1,4 milhão de barris de óleo, cerca de dois terços do total da produção atual de todos os campos do País (2 milhões de barris por dia).

Governo

A presidente Dilma Rousseff fez na noite de segunda um pronunciamento em cadeia nacional defendendo a decisão de realizar o leilão. Ao contrário da FUP, que argumentou segundo as quantidades de petróleo resultantes da partilha, a presidente usou a renda gerada pela exploração para justificar o modelo: "Nos próximos 35 anos Libra pagará os seguintes valores ao Estado Brasileiro: primeiro, R$ 270 bilhões em royalties; segundo, R$ 736 bilhões a título de excedente em óleo sob o regime de partilha; terceiro, R$ 15 bilhões, pagos como bônus de assinatura do contrato. Isso alcança um fabuloso montante de mais de R$ 1 trilhão.(...) Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida no campo de Libra vão pertencer ao Estado Brasileiro e à Petrobras. Isso é bem diferente de privatização", afirmou Dilma.

Manifestações

Antes do início do leilão manifestantes contrários ao leilão foram reprimidos pele Força Nacional, segmento do exército destacado para proteger o leilão. Após o confronto 7 manifestantes ficaram feridos. Os manifestantes pedem que 100% do pré-sal seja produzido pelo Brasil, sem concessões à empresas privadas. (Com o Diário Liberdade)

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