1º de MAIO: DIA DE LUTA

                                                 

A regressão social avança no Brasil

O dia-a-dia dos trabalhadores brasileiros continua difícil – e com tendência a piorar. Mesmo que numa ou outra área tenha ocorrido alguma melhora, a vida dos proletários e camponeses em nosso país permanece muito dura no conjunto. Uma parte do nosso povo sofre com o desemprego, que atinge principalmente a juventude, ou com emprego precário. Os salários são baixos e estão arrochados por mecanismos que impedem um aumento real em seu valor.

O desemprego, entre outras coisas, condena a juventude trabalhadora a perder a perspectiva de uma vida digna, levando-a, em determinadas regiões, a ser alvo do tráfico de drogas, como consumidores e “trabalhadores” desta lucrativa empresa. Esse fenômeno liga-se a crescente violência social, num processo em que a repressão vai atingir justamente esses grupos, jamais incomodando aqueles que mais lucram com o tráfico.

Está colocado para todos aqueles que sofrem e se indignam com essa situação o desafio de reorganizar um forte movimento operário e popular, capaz de barrar o processo de regressão social que vivemos e conquistar mudanças que signifiquem melhora efetiva para nossas vidas.

É preciso avançar na luta operária e popular contra a intensificação da exploração e a regressão social, a precarização do trabalho, os baixos salários, as longas jornadas, o crescimento do trabalho análogo à escravidão mesmo em áreas urbanas, a deterioração dos serviços públicos, como saúde, educação, transporte coletivo, falta de moradias. 

Nossa luta é pelo aumento real nos salários; pela redução de jornada de trabalho para 35 horas semanais, sem redução de salários; pelo emprego com direitos a todos aqueles que têm condições de trabalhar, na cidade e no campo; pelo fim do trabalho análogo à escravidão. É pelo investimento maciço nos sistemas públicos de educação, saúde, transporte, cultura e lazer. Os trabalhadores merecem. O Brasil tem potencial suficiente para todos terem vida digna.

Nesse 1º de maio de 2013 prestamos nossa homenagem aos operários que trabalharam nas obras da reforma do Maracanã. Eles simbolizam a luta do povo carioca contra a exploração e pela melhoria das condições de vida e trabalho.

Os trabalhadores que reformaram o Maracanã, obra ainda inacabada, fizeram bem o seu trabalho, mesmo em condições adversas. Deixaram o estádio em condições para a realização de jogos da Copa das Confederações no Rio de Janeiro. Mas a que preço? Quase R$ 883 milhões para fazer a reforma do estádio, fora as obras no entorno. 

Com esse dinheiro daria para construir um estádio igual ao que foi palco da abertura da Copa de 2010, na Coréia do Sul. Dinheiro que poderia ser investido nas áreas sociais, como a melhoria da educação e da saúde públicas, que estão sucateadas. Com esse dinheiro daria para construir 14 hospitais de 150 leitos, cada um com capacidade de atendimento ambulatorial de 3.500 pacientes por ano. Ou seja, criação de capacidade física para 2.100 novos leitos e 4,2 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano, na cidade do Rio.

Quem ganhou com as obras? As empreiteiras Delta, Odebrecht e Andrade Gutierrez ganharam rios de dinheiro, lucros altíssimos. E dinheiro para pagar salários decentes para os operários? Aí não tem. O salário é uma miséria. Um dos mais baixos em comparação com outras grandes empreiteiras. 

Diante dessa situação os trabalhadores fizeram várias greves. Em 2011 uma greve durou quase 20 dias. Conquistaram aumentos salariais, melhorias nas condições de trabalho e direito à assistência médica. Não fosse pela greve, as coisas estariam muito piores. As mobilizações e greves mostraram a força da união dos trabalhadores e que só a organização e a luta podem melhorar as condições de trabalho e vida do povo. Os trabalhadores nas obras da reforma do Maracanã mostraram o caminho. A saída é a luta!

Outra questão importante: os trabalhadores e o povo assistirão a Copa? Não, poucas pessoas poderão assistir aos jogos. O Maracanã, quando foi inaugurado em 1950 tinha lugar para mais de 120 mil torcedores nas arquibancadas, nas cadeiras e na geral. Em 1969, nas eliminatórias para a Copa de 1970, o jogo Brasil 1 e Paraguai 0, registrou o público pagante recorde de 183 mil. 

Agora, após a atual reforma, serão cerca de 78 mil. E o mais grave é que os ingressos são caríssimos. Resultado: os trabalhadores e o povão vão ficar do lado de fora do Maracanã. No jogo de teste, na reinauguração do Maracanã, para assistir uma “pelada” de veteranos, os trabalhadores foram convidados, entrada grátis. Mas, alegria do povo, futebol de verdade, nos jogos da Copa, no Maraca não!

A privatização do Maracanã

Nas três reformas do Maracanã feitas nos últimos 15 anos, o dinheiro público investido foi de R$ 1,73 bilhão, em valores atualizados. O consórcio que “ganhou” a concessão por 35 anos, com a participação da Odebrecht e o grupo de Eike Batista, pagará um aluguel ao Estado de R$ 7 milhões por ano, R$ 231 bilhões em 35 anos. E tem uma previsão de lucro, ao término da concessão, de R$ 2,94 bilhões, mesmo com gastos em reformas adicionais de R$ 469 milhões. Uma vergonha! O Maracanã, símbolo de nossa cidade, está sendo leiloado a preço de banana.

Mas não é só o Maraca: em nome da Copa e das Olimpíadas, o governo do estado e a prefeitura do Rio estão vendendo a nossa cidade. Saúde, Educação, Moradia, Cultura, Meio Ambiente, Transporte e outros direitos estão sendo reduzidos a negócios lucrativos. O Aterro do Flamengo, outro símbolo, corre o risco de parar nas mãos de Eike Batista, assim como o Maracanã. As OS dominam cada vez mais a saúde e a educação. (...) Enquanto isso, teatros municipais vão fechando as portas.
Em todo o país não é muito diferente. Vivemos hoje uma onda de privatizações e de apoio irrestrito às ações de empreiteiras e outras grandes empresas. No norte do estado do Rio, trabalhadores são expulsos de suas casas e sofrem com os impactos socioambientais do Porto do Açu. O governo federal lamentavelmente comanda a venda de portos, aeroportos e de setores estratégicos das telecomunicações.

Resgatando a história do 1º de Maio de luta

O dia 1º de Maio é o Dia Internacional do Trabalhador. Um dia de combate do proletariado contra a exploração capitalista. Um dia de resgate da luta dos operários de Chicago, cidade que se torna o centro das greves, que começaram em 1º de maio de 1866, pela jornada de trabalho de 8 horas nos Estados Unidos. 

A greve e as manifestações em Chicago são violentamente reprimidas pela polícia e por seguranças das fábricas. Centenas de manifestantes são assassinadas, dentre elas mulheres e crianças. Manifestações de rua proibidas. As sedes dos sindicatos e dos jornais proletários incendiadas. Os líderes operários são perseguidos durante meses. 

Oito operários são presos e julgados sem direito à defesa, “os 8 de Chicago”. No início de outubro a sentença da justiça burguesa condena à morte, por enforcamento Engel, Fisher, Lingg, Parsons e Spies. Fielden e Schwab são condenados à prisão perpétua. Neeb é condenado a 15 anos de trabalhos forçados. Lingg morre na prisão devido aos maus tratos. Em 11 de novembro de 1866 Engel, Fisher, Parsons e Spies são enforcados. Cerca de seis mil operários carregam os corpos de seus mártires pelas ruas de Chicago.

O congresso de fundação da II internacional, realizado em Paris, em 11 de junho de 1889, por iniciativa dos operários norte-americanos, declarou o 1º de Maio como o Dia Internacional do Proletariado.

Em 1894 são deflagradas grandes manifestações pela melhoria das condições de vida e trabalho da classe operária e é conquistada a jornada de 8 horas de trabalho. É revogada a sentença e anunciada a inocência dos Oito de Chicago. O 1º de Maio é consagrado como o Dia Internacional do Trabalhador, da luta proletária contra a opressão e exploração capitalista.

A Organização Comunista Arma da Crítica/RJ apoia e convoca para o 1º de maio, organizado por várias entidades e organizações.
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA CIDADE, DOS BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS
4ª FEIRA, 1º DE MAIO, ÀS 10H
CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA AFONSO PENA, TIJUCA
PASSEATA ATÉ O COMPLEXO DO MARACANÃ
Proletários de todos os países, uni-vos!
1º de Maio de 2013
Organização Comunista Arma da Crítica/RJ e CeCAC
Rua Haddock Lobo, 408 / 101 – Tijuca - Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 2524-6042 e (21) 8892-5202
E-mails: o.c.armadacritica@terra.com.br; o.c.armadacritica.rj@gmail.com; cecac@terra.com.br

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