Empresário russo suspeito de lavar dinheiro no Brasil encontrado morto


                                                      
Os investigadores especializados em substâncias NRBC (nuclear, radiológica, biológica e química) não acharam nada suspeito na residência, em Ascot, sudoeste de Londres, onde, no sábado, foi encontrado o corpo do magnata russo Boris Berezovsky.

"Os investigadores NRBC não encontraram nada suspeito na residência e agora realizamos as investigações normais", afirmou a polícia em um comunicado.

Berezovsky, forte crítico do presidente russo Vladimir Putin, foi encontrado morto no sábado em sua casa. Após o caso, a polícia isolou a área para realizar os exames.

O magnata, de 67 anos, se mudou para o Reino Unido em 2000 por causa de seus problemas com a Rússia de Putin e tinha tido um enfrentamento empresarial com o dono do clube inglês Chelsea, o também russo Roman Abramovich.

Em 2012, Berezovsky, que andava sempre com seguranças, tinha perdido uma batalha legal multimilionária contra Abramovich por considerar que este o tinha intimidado a vender ações da companhia petrolífera russa Sibneft por uma "fração" de seu valor real.

No entanto as acusações do magnata russo foram rechaçadas pelo Tribunal Comercial de Londres.
Tanto Berezovsky quanto Abramovich conseguiram acumular numerosas fortunas na Rússia de Boris Yeltsin.~

Berezovsky, matemático na era soviética e amigo da família de Yeltsin, tinha iniciado sua carreira empresarial com uma concessionária de carros, mas depois, com a chegada de Putin ao poder, fugiu para vários países e se estabeleceu no Reino Unido.

Berezovsky era amigo do ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko, que foi envenenado em Londres com uma substância radioativa no final de 2006.

Pedido de prisão no Brasil

Em julho de 2007, a Justiça Federal determinou a prisão de Boris Berezovsky e dos iranianos Kia Joorabchian e Nojan Bedroud, seus representantes no Brasil, com a suspeita de lavagem de dinheiro na parceria da empresa MSI com o Corinthians. 

A denúncia do Ministério Público que baseou o pedido de prisão indicava que Berezovsky utilizou o Corinthians para lavar dinheiro obtido de forma ilícita no exterior.

Além de Kia e Nojan, foram denunciados na época por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha o ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib, o ex-vice-presidente, Nesi Curi, o ex-diretor de futebol Paulo Angioni, o empresário Renato Duprat e o advogado Alexandre Verri, da empresa Veirano Advogados.

Entretanto, em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu uma liminar que suspendeu a decisão judicial que condenava Berezowsky e Kia a pagar R$ 37,2 mil cada por litigância de má-fé (quando uma das partes de um processo recorre apenas para retardar a tramitação de uma ação).

O STF entendeu na época que os dois não tiveram assegurado o direito de ampla defesa, porque o juiz teria negado aos advogados dos réus a formulação de perguntas durante o interrogatório judicial –direito previsto em lei.(Com a Gazeta Russa/G1)

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