O Netanyahu pirou de vez. Ele afirmou sexta-feira: "O que a ONU diz não me interessa". É bom lembrar que Israel nasceu em 1948 graças à ONU, durante sessão presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha!

                                                                                                                                                      EFE

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou na noite desta sexta-feira  (21/12) que Israel tem o direito de construir assentamentos na região oriental de Jerusalém, área reivindicada pelos palestinos, mesmo com a desaprovação de boa parte da comunidade internacional e da ONU (Organização das Nações Unidas).

Em entrevista ao Canal 2 da televisão local, o premiê, que é favorito na eleição legislativa marcada para janeiro de 2013, ele afirmou que trata-se de uma questão de princípios, e pouco importa o que as Nações Unidas pensam a respeito.

O premiê israelense Benjamin Netanyahu reativou a política de assentamentos em territórios palestinos

"Vivemos em um estado judeu e Jerusalém é a capital de Israel. O Muro das Lamentações não é território ocupado. Construímos em Jerusalém porque é nosso direito. O que a ONU diz não me interessa", manifestou o chefe do Governo israelense.

O premiê também negou que esta questão esteja relacionada às eleições e não faria parte da estratégia do principal conselheiro de seu partido, Arthur Finkelstein. “Isso é lenda urbana, trata-se de uma política de governo”.

Um dia após o reconhecimento da Palestina como estado observador não membro da ONU no dia 29 de novembro, Israel anunciou planos para construir 3.000 novas unidades de moradia em assentamentos judaicos e avançar o polêmico projeto de edificação na zona E-1, que conectaria o grande assentamento de Maaleh Adumim com Jerusalém e minaria a continuidade territorial do Estado palestino.

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Esse anúncio foi duramente criticado por 14 dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU. Seu principal aliado, os Estados Unidos, afirmaram que Israel “está provocando um padrão de ações provocativas” que vão contra a Resolução de Dois Estados e desacreditam as manifestações dos dirigentes israelenses a favor da paz.

Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital da Palestina e alegam que as políticas expansionistas de Israel em torno dos assentamentos em Jerusalém Oriental impedem a viabilidade de um estado com continuidade territorial. Já Israel considera, em sua Constituição, a cidade como “capital eterna e indivisível” desde 1981.

A Presidência palestina condenou esta semana as últimas ações de Israel, que "desafia toda a comunidade internacional e menospreza os sentimentos de palestinos e árabes em geral".

Na entrevista, Betanyahu também criticou o líder de um partido aliado, Naftali Bannett, do Habayit Hayehudi. Na quinta-feira (20), ele havia afirmado que desobedeceria ordens do Exército se fosse obrigado a  deixar um assentamento. “Se eu receber uma ordem para retirar um judeu de sua casa, pessoalmente minha consciência não permitiria. Eu pediria para meu comandante me exonerar. Mas eu não iria pedir publicamente por uma desobediência civil”, ele afirmou.

Em resposta, Netanyahu, que é contra a retirada de assentamentos, disse que “qualquer pessoa que insistisse em recusar ordens do Exército não fará parte de meu governo”.

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