16ª FEIRA INTERNACIONAL DE ARTESANATO, FIART 2012- Qualidade, beleza, colorido e diversidade


                                                     

Mireya Castañeda

O artesanato sempre tem sido uma atividade fundamental na sociedade humana. É considerado um elemento vital da comunicação. O artesão busca um ritmo, uma cor em sua composição e harmonia na forma, com o propósito de criar um objeto funcional e, ao mesmo tempo, que produza prazer ao contemplá-lo.

A 16ª Feira Internacional de Artesanato, Fiart 2012 teve lugar de 7 a 23 de dezembro, no Pabexpo, em três grandes salas, a B, majoritariamente para os têxteis, a sala A para o calçado e a C para o mobiliário, ourivesaria, cerâmica e artigos de ferro.

O evento, que reúne arte, moda, artesanato, desenho e decoração se torna uma festa variada e interessante, pois concentra os melhores expoentes de suas especialidades, transformando-se num acontecimento cultural de grande qualidade, beleza, colorido e diversidade.

Nesta edição de 2012, sob o lema “Arte, Utilidade e Ofício”, foram montados uns 90 estandes estrangeiros: México, Colômbia, Peru, Argentina, Guatemala, Panamá, Espanha, Equador, Indonésia, Costa Rica, República Dominicana, Coreia do Sul, Venezuela, Itália, Nicarágua, Rússia, Romênia e Irã e 290 estandes cubanos, deles 260 de artesãos individuais.

Também teve lugar um evento teórico, intitulado “O desenvolvimento do artesanato ante os desafios da crise global”, que teve suas sessões entre os dias 10 e 14, e onde participaram artesãos, especialistas, empresários do México, Peru, Venezuela, Costa Rica, República Dominicana e Cuba, que debateram diversas temáticas, desde o desenvolvimento do artesanato como potencial exportável, até o uso de espécies silvestres para a elaboração de produtos e sua sustentabilidade, bem como o papel do artesanato no espectro da Alba cultural.

Número recorde de participação, mais de 6 mil pessoas todos os dias, confirma o constante crescimento da Feira e sua aceitação por parte do público cubano.

O diretor do Fundo Cubano de Bens Culturais e presidente do Comitê organizador da Fiart, Jorge Alfonso, respondeu algumas perguntas para esta página.

Como se desenvolveu o aspecto comercial?

“Com certeza, a Fiart é um evento comercial, mas em primeiro lugar é uma plataforma de promoção do artesanato cubano. Promoção porque temos criado um espaço para acordos com diferentes empresas estatais. Ainda, é uma expressão das possibilidades e potencialidades do artesanato para substituir importações. Um elemento que neste ano a diferencia é a qualidade das propostas. Por tal motivo, tem um valor econômico e funcional, mas também estético e cultural. Para nós, o mais importante dos resultados da Feira não só é o aspecto comercial imediato, senão o impulso que pode dar ao desenvolvimento do artesanato cubano. Também devemos destacar que temos grande aceitação do público, da família cubana, com mais de 6 mil visitantes cada dia”.

E o senhor a que atribui esse salto de qualidade?

“Acho que tem muito a ver a presença de novos atores e o impulso do setor não-estatal. Por exemplo, em 2008-09 os únicos que tinham a possibilidade de comerciar eram os artesãos que trabalhavam com o Fundo Cubano de Bens Culturais (FCBC) e outras instituições, mas neste momento aderem outros atores, como os trabalhadores independentes, as cooperativas não-agropecuárias. Acho que esses são elementos de impulso”.

Como qualifica então a presença dos estrangeiros?

“Neste ano tivemos representantes de 16 países, com 90 estandes. Temos que aspirar a que, qualitativamente, essa participação internacional seja maior e com um artesanato mais relevante. A presença internacional também é uma atração para o público participante, pois essas produções estrangeiras que encontram aqui não estão cotidianamente ao alcance da população, pois não fazem parte dos produtos que se comercializam habitualmente, então isto provoca uma expectativa. Mais de 50% dos assistentes visitam esses estandes. Os artesãos cubanos têm que concorrer”.

A Fiart 2013?

“ É preciso cuidar a qualidade das produções e exigir que se apresentem projetos de qualidade. Também o desenho se converte num desafio, em cada evento anual”.

Mas o certo é que a Feira Internacional de Artesanato foi um evento de fim de ano muito esperado. (Com o Granma)

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