A volta do Santo do Pau Oco


                                                         

Fábio Pereira Ribeiro


Na história do Brasil e da América Latina, é a do Santo do Pau Oco


Na história do Brasil e da América Latina, uma das lendas históricas (eu particularmente já vi provas arqueológicas e materiais que comprovam) é a do Santo do Pau Oco. A história da colonização perversa e maldosa, onde nas colônias o único bem deveria ser enviado para a Europa para alimentar a riqueza dos impérios “gordos” e “vagabundos”. Assim, igrejas e governos utilizavam imagens sacras, ocas, que na volta para a Europa levavam em suas vestes minerais preciosos e semipreciosos, além de informações sobre o andamento do possível novo império.

Mas essa lenda, ou história, na verdade demonstra o tratamento que o Brasil e a América Latina receberam em toda a sua história, “arranca tudo o que pode, pois aqui não podemos nada”.

O Rei Juan Carlos I da Espanha, na Cúpula Ibero-Americana, inaugurou o discurso com a máxima “a região ibero-americana está em alta, e, assim, vocês precisam nos ajudar”. Durante centenas de anos a Europa tratou a região com desdém, e na tragédia somos santos, ou melhor, Santos do Pau Oco?

“Necessitamos mais da região ibero-americana”, proclamou o rei. Literalmente, o amigo castelhano veio pedir penico? Depois de tratar mal o Brasil, ou melhor, os brasileiros em suas fronteiras.

Depois de desdenhar sobre nossas potencialidades, depois de investir de forma errada no Brasil, o rei vem pedir que nós devamos resolver o problema?

Mas brasileiro e latino-americano são trouxas. Aceitam qualquer coisa, ainda não criaram identidade para perceber que a política europeia precisa de uma revisão, e esta visão de balança de poder precisa ser revista sob a ótica de o quanto nós ganharemos com a sua derrota.

Espanha e Portugal vivem com 40% das suas populações dependentes da estrutura do Estado, não produzem, não inovam, tiveram a chance de ser potências, e agora um monarca vem pedir o dízimo como se estivesse no século 19, a reclamar seus tributos dos súditos?

Ouvir as declarações de Cádiz é como levar um tapa na cara, e aceitar que nós latino-americanos somos verdadeiros idiotas. Nós não criamos a crise. E já somos potência.

Em época de novos rumos do STF com o Mensalão, o que menos precisamos é de novas ondas imperialistas de monarquias despedaçadas da Europa.(Com o Diário da Rússia)

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