Skinheads atacam dois homossexuais


                                                    
DENÚNCIAS TÊM QUE SER FEITAS.

Para Leonardo Tolentino, do Núcleo de DH da UFMG, a agressão não pode ser analisada de um ponto de vista individual dos agressores. “Não é só o skinhead que é agressivo ou que não aceita sua homossexualidade reprimida. É um sistema, uma teia que tem como resultado os homossexuais sendo vistos como algo pior, menor que o restante”, explicou.
Segundo a coordenadora de Diversidade Sexual da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, Valquíria Laroche, “já existe na capital o Núcleo de Atendimento e Cidadania LGBT (NAC), que é onde devem ser registrados os casos de homofobia. Fica à Rua Paracatu, 822, Barro Preto. Além disso, as vítimas devem denunciar no Disque Direitos Humanos, 0800 031 11 19”.
              

Suspeitos deram até pedrada na cabeça de um rapaz; houve ameaça de morte

JOSÉ VÍTOR CAMILO - Publicado no Super Notícia em 30/10/2012

A Polícia Civil tenta identificar dois skinheads suspeitos de ter espancado dois homossexuais - um jornalista e professor universitário, de 32 anos, e um amigo dele, de 28 -, na madrugada do último sábado, na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A agressão aconteceu depois que os dois deixaram um show, por volta de 00h30, e se despediram com um abraço.

"De repente, começaram os socos, a voadora no peito e depois a pedrada na cabeça do meu amigo. Sem falar nas frases de efeito, como ‘vou te matar’ e ‘vamos exterminar vocês do mundo’", lembrou o jornalista, que preferiu não ser identificado.

A dupla foi identificada pelas vítimas como skinheads justamente pelas frases ditas, pelas cabeças raspadas e pelas tatuagens espalhadas pelo corpo. “O pior, pra mim, é que no horário a Savassi estava lotada, ninguém reagiu, tomou uma atitude", lamentou o jornalista. A poucos metros de onde eles foram atacados, estava uma viatura da Guarda Municipal. "Quando pedimos ajuda, os agressores ainda estavam no ponto de ônibus, fazendo gestos obscenos e rindo de tudo o que tinham feito. O guarda informou que não podia fazer nada e pediu que eu ligasse para a Polícia Militar (PM)".

O jornalista reclamou ainda do atendimento prestado pela PM. "Eles pediram meu telefone e meu nome, disseram que era para eu ir ao hospital e que enviariam uma viatura lá e outra para procurar os agressores. Ainda afirmaram que me ligariam, mas nada disso foi feito". “Precisei de tres policiais e nenhum deles me atendeu. No dia seguinte, domingo, foi que registrei  a agressão na delegacia”, finalizou.
As duas corporações vão apurar as denúncias.

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