Obama tem endurecido o bloqueio econômico contra Cuba


                                                                

Cuba denuncia o recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro que por mais de meio século aplica os Estados Unidos contra o país, ignorando o clamor mundial. Multas milionárias a entidades que realizaram operações com a ilha, perseguição de transações, prorrogação de leis e uma maior presença de sua dimensão extraterritorial têm caracterizado o cerco norte-americano nos últimos meses.

De acordo com o ministro cubano de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, até dezembro de 2011 a unilateral medida de Washington deixou em suas mais de cinco décadas de execução perdas por um bilhão 66 bilhões de dólares, considerando a depreciação dessa divisa com respeito ao ouro.

Rodríguez apresentou a véspera nesta capital o relatório sobre a Resolução 66/6 da Assembleia Geral da ONU "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba", o qual atualiza o impacto das sanções em diferentes setores.

Em próximas semanas, o projeto de resolução se submeterá pela vigésima primeira ocasião à Assembleia Geral, onde sempre tem sido respaldado desde 1992, e em outubro do ano passado recebeu 186 votos a favor com mal dois na contramão (Estados Unidos e Israel).

Outros espaços de acordo como o Movimento de Países Não Alinhados, a União Africana, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos também expressaram nos últimos meses sua rejeição ao bloqueio.

Enquanto a comunidade internacional demanda de maneira unânime o cessar da unilateral medida, Washington responde fortalecendo-a, advertiu o chanceler cubano.

Durante seu terceiro ano de gerenciamento desde a Casa Branca -apontou- o presidente Barack Obama não só manteve o cerco, senão que o endureceu, sobretudo com o acosso e a perseguição das transações financeiras relacionadas com a ilha.

Em junho de 2012, Estados Unidos anunciou a imposição ao banco holandês ING de uma multa de 619 milhões de dólares, a mais alta da história a uma entidade estrangeira por suas relações comerciais com Cuba.

Asseguradoras como Metlife e a empresa de fornecimento da indústria petroleira Flowserve Corporation também foram castigadas por violar o cerco.

As multas da Administração Obama passaram de 89 milhões de dólares em 2011 a 622 milhões no que vai deste ano, assinalou o chanceler a jornalistas na apresentação do novo relatório.

Obama prorrogou ademais por terceiro ano consecutivo a Lei de Comércio com o Inimigo, norma que sustenta a aplicação do bloqueio e o facultam para impor outras iniciativas encaminhadas ao complementar.

Ao anterior soma-se a inclusão uma vez mais de Cuba na lista de países supostamente patrocinadores do terrorismo, no qual Washington se ampara para arreciar o seguimento às transações comerciais e financeiras da ilha.

Extraterritorialidade do bloqueio 

A atual Administração estadunidense deu mostras recorrentes de interesse por acentuar o caráter extraterritorial do bloqueio, segundo o texto posto a disposição do debate na Assembleia Geral da ONU.

Uma multa à naviera francesa CMA CGM por prestar serviços a Cuba e investigações ao banco espanhol BBVA por sua suposta participação em investimentos relacionadas com a ilha são alguns dos exemplos citados pelo relatório que apresentou Rodríguez.

O chanceler mencionou ademais as pressões exercidas contra a direção do Hotel Hilton, em Trinidad e Tobago, o qual obrigou à mudança de sede em dezembro de 2011 da Cimeira Cuba- Caricom.

Não só entidades sofreram a extraterritorialidade do bloqueio, a partir de casos como o de um cidadão da Dinamarca a quem em fevereiro deste ano autoridades estadunidenses lhe congelaram 137 mil coroas dinamarquesas (uns dois mil 385 dólares) pela compra de fumos cubanos na Alemanha.

Pode dizer-se com estrito apego à verdade que Obama tem endurecido o bloqueio, afirmou aqui o titular de Relações Exteriores da ilha.(Com a PL)

Comentários

Unknown disse…
Até nas pequenas coisas, podemos ver sinais do bloqueio estadunidense. Há dois anos, fui à CVC procurando um lugar para passar as férias, mas eles não tinham pacotes para Cuba, que era minha primeira opção. Pesquisando na internet, descobri que a empresa fazia esse roteiro até poucos anos atrás... até que foi comprada por um grupo estadunidense em meados dos anos 2000... Pelo visto, qualquer empresa que tenha investimento dos EUA não pode ter qualquer relação com Cuba...