Cineastas iranianos boicotarão entrega do Oscar em Hollywood


                                                                           

Os cineastas iranianos boicotarão a entrega dos prêmios cinematográficos Oscar, em Hollywood, Califórnia, em protesto pela difusão de um filme que insulta o profeta Maomé.

  Entre os filmes candidatos a prêmio está a iraniana Ye Habbe Qand (Um turrão de açúcar), cujos autores decidiram se abster de assistir à cerimônia de premiação, anunciou o Ministro de Cultura e Orientação Islâmica Mohammed Hosseini.

Os realizadores do filme enviaram uma petição para que pudessem não assistir à entrega de prêmios como demonstração de que condenam a difusão do filme sacrílego, revelou o ministro na abertura do 12 Festival de Cinema de Resistência, efetuada na Universidade dos Mártires de Kerman.

O boicote iraniano é o mais recente protesto contra a difusão no ciberespaço de fragmentos de um filme gravado nos Estados Unidos e financiado por fundos de empresários judeus no qual se blasfema contra Maomé, o profeta do Islã.

A projeção em Internet do trailer do filme detonou uma onda de protestos violentos em países islâmicos ao norte e ao sul do Saara, no Levante, e na Ásia, Europa e inclusive Austrália.

Mais de meia centena de manifestantes e policiais já morreram em enfrentamentos de rua e assaltos a sedes diplomáticas dos Estados Unidos, entre eles o embaixador estadunidense na Líbia, Christopher Stevens, e três funcionários públicos durante sangrentos distúrbios dias atrás na cidade de Bengasi.

Autoridades religiosas de países muçulmanos têm chamado a protestar de forma pacífica, entre elas as da Universidade egípcia de Al Azhar.

Vários chamados de prelados muçulmanos a proscrever a projeção do filme têm sido negados pelos governos dos Estados Unidos e de países europeus, os quais alegam o princípio de liberdade de expressão.

Sobre o tema, o aiatolá iraniano Ahmed Jatami sublinhou que o pretexto é frívolo e argumentou que apenas negar o Holocausto nos Estados Unidos pode acarretar uma sentença de três a cinco anos de prisão.

Outros líderes religiosos recordaram nesse sentido a recente proibição de difundir em uma revista francesa fotografias tomadas sem autorização da esposa do príncipe de Gales com os peitos nus.

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