Aquarelas de Lasar  Segall
denuncia os absurdos da guerra



A face da mulher expressa sofrimento. Em seus olhos tristes encontram-se refletidas imagens da guerra. Esse é um dos 75 retratos da guerra desenhados em aquarela pelo artista Lasar Segall (1891-1957) entre os anos de 1940 e 1943 que estão agora em exposição no Centro da Cultura Judaica, na zona oeste de São Paulo, até 12 de agosto. A entrada é gratuita.

Todas essas aquarelas compõem o caderno do artista denominado Visões de Guerra, que jamais foi publicado. Os desenhos da Segunda Guerra Mundial foram feitos por Segall, nascido na Lituânia, quando já estava vivendo no Brasil.

Segall fez uma dura crítica à guerra retratando-a por meio do resgate de sua vivência da 1ª Guerra Mundial e também por meio das cartas de amigos, notícias de jornais e relatos no rádio que falavam dos horrores que ocorreram nesse período.

“Segall não conheceu, ao vivo, as cores da 2ª Guerra Mundial, mas conheceu a 1ª Primeira [Guerra Mundial], quando ficou prisioneiro em Dresden [cidade da Alemanha], onde criou o grupo dos expressionistas”, contou Benjamin Seroussi, diretor de programação do Centro da Cultura Judaica. Segundo ele, Segall “tem uma memória da guerra e das perseguições pelas quais os judeus [como o próprio artista] passaram”.

As 75 aquarelas de Segall que compõem as Visões de Guerra pertencem ao acervo do Museu Lasar Segall. As aquarelas não estão numeradas, mas aponta-se que o desenho de capa mostra os anos em que as obras foram compostas (1940-1943), ao lado do desenho de uma mulher que tem seus braços suspensos e amarrados. (Com a ABr)

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