O Ministro das Relações Exteriores. Antônio Patriota, afirma que a reestatização da YPF é uma "decisão soberana argentina"

Antônio Patriota, concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (18/04) e foi enfático ao analisar a reestatização da petrolífera YPF, anunciada pelo governo argentino nesta semana. Trata-se de uma “decisão soberana argentina”, definiu o chanceler.
Elza Fiúza/Agência Brasil

Patriota concedeu entrevista coletiva no Palácio Itamaraty



Questionado a respeito da situação das empresas brasileiras em território argentino, Patriota afirmou que o governo brasileiro está “monitorando a situação”. “Acompanharemos de perto os desenvolvimentos dessa história que obviamente nos interessa muito”, completou o chanceler, que citou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em seu discurso.
“Sobre a decisão argentina, não tenho muito o que acrescentar em relação à manifestação do Ministro Edson Lobão”, disse. Nesta terça-feira (17), Lobão também comentou a decisão da presidente argentina, Cristina Kirchner, e ressaltou a soberania do país na questão.
“Cada país tem a sua soberania e tem o direito de tomar as suas decisões, seguramente dentro da legislação nacional de cada um”, apontou Lobão em audiência pública no Senado. O ministro ainda rechaçou a ideia de que a decisão argentina poderia assustar o Brasil, por conta da presença da Petrobras no país vizinho.
“Não creio que haja qualquer problema fundamental com a Petrobras na Argentina. Nós temos uma rede de postos de distribuição de combustíveis de 79 unidades e exploração de petróleo e nós seguiremos na normalidade”, disse.
Em seu discurso, Patriota também afastou a possibilidade de um abalo nas relações entre o Brasil e Europa por conta da decisão argentina. “Não tenho razões para me preocupar com o impacto dessa decisão” nas relações entre o bloco europeu e os brasileiros.
Elza Fiúza/Agência Brasil

C
hanceler chileno, Alfredo Moreno, também se manifestou a respeito da decisão argentina



A coletiva de Patriota foi realizada após uma reunião que teve com o chanceler chileno, Alfredo Moreno, no Palácio Itamaraty. Em seu discurso pós-reunião, Moreno seguiu a linha adotada pelo par brasileiro.
O ministro chileno ressaltou a importância da participação do setor privado nos países, mas destacou que é necessário encontrar maneiras para que haja regulações adequadas para essas atividades.
Histórico
O projeto argentino de expropriar 51% das ações da YPF, filial da espanhola Repsol no país, foi anunciado nesta segunda-feira (16) pela presidente Cristina Kirchner. A proposta será enviada ao Congresso, onde governo tem maioria, para ser votada.
A decisão causou polêmica e foi criticada pela Espanha e pela União Europeia. O governo argentino afirma que o projeto foi motivado pela queda na produção da empresa, decorrente da falta de investimentos.
“Desde que a YPF foi desnacionalizada, pela primeira vez, em 2011, a Argentina se converteu em importadora neta de gás e petróleo, com um déficit de 3,02 bilhões de dólares. Somos o único país da América Latina, e quase do mundo, que não administra seus recursos naturais”, afirmou Cristina durante o anúncio. (Com Opera Mundi)

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