Dilma aparece limpando chiqueiro em Brasilia. É a faxina sugerida por "The Economist"

 

Dilma deveria ser 'mais radical em faxina política', diz 'Economista

Queda de ministros do governo Dilma segue 'um conhecido roteiro', afirma revista
A presidente Dilma Rousseff teria capital político para ser "mais radical em sua faxina política", opinou a revista Economist em reportagem publicada nesta quinta-feira, que começa descrevendo o "conhecido roteiro" de queda de ministros no governo brasileiro: alegações de corrupção, negações, novas provas, demissão.
"Agora, Carlos Lupi, o ministro dos Transportes, parece ser o próximo a sair", diz a revista.
Para a Economist, porém, a faxina ministerial, ainda que conte com aprovação popular, "meramente toca na superfície de um problema com raízes na forma como a política se desenvolveu no Brasil", citando a troca de cargos executivos por apoio legislativo, com o objetivo de conseguir a aprovação de projetos.
Em entrevista à publicação, Sylvio Costa, do site Congresso Em Foco, diz que o Brasil tem "uma presidente forte que não consegue fazer nada sem o apoio do Congresso. E esse apoio tem que ser comprado".

Agenda política

"(Dilma) deu poucos sinais de que está interessada em fazer mudanças radicais nesse sistema político de patronagem", afirma a reportagem da Economist. "É mais possível que ela simplesmente continue a mandar embora (os ministros) mais pecadores quando (denúncias) chegarem ao seu conhecimento."
Na opinião da reportagem, porém, Dilma poderia apostar em reformas políticas mais profundas, considerando que "muito da agenda política da presidente - como melhorar a educação e a saúde, eliminar a pobreza extrema e investir em infraestrutura - não depende da aprovação do Congresso".

LIMPEZA

A revista britânica The Economist publica, em sua próxima edição, um artigo em que trata da corrupção no Brasil e afirma que a presidente Dilma Rousseff poderia ser mais radical na "faxina" que iniciou no governo. Na chamada para a edição de dezembro, o site da revista traz uma ilustração da presidente, com um esfregão na mão e com porcos sangrando em volta do prédio do Congresso Nacional. Na prévia do artigo que será publicado, intitulado "Política no Brasil: Limpando a fábrica de porcos de Brasília", as sucessivas demissões de ministros após denúncias de irregularidades são comparadas a uma "infinita telenovela de sordidez".
Segundo o texto, a presidente tem sido mais resistente a nomeações políticas no governo, mas ainda não combateu o sistema de troca de favores que permeia a relação com o Congresso. A revista cita a entrada do PMDB na base do governo, durante o início do mandato de Lula, e destaca que Dilma é mais moderada em relação ao antecessor quando aprova verba do Orçamento para ser distribuída via emendas parlamentares.
"A maior parte da agenda política da presidente -melhorar educação e saúde, eliminar a pobreza extrema e investir em infraestrutura - não requer aprovação do Congresso. Ela poderia ser mais radical em sua política de limpeza", propõe o texto escrito por um correspondente em São Paulo.

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