Inaugurada a Praça Sinval Bambirra


          Inaugurada solenemente nesta tarde a Praça Sinval Bambirra na Vila Paris, em Belo Horizonte. O prefeito Marcio Lacerda e a jornalista Maria Auxiliadora Bambirra, viúva do homenageado, retiraram a cobertura da placa e do monumento em três dimensões. do artista plástico Marco Antonio, retratando o rosto do ex-sindicalista e ex-deputado.Oradores foram se sucedendo,.mostrando o significado do ato-coisa rara neste país- reconhecendo a vida e obra de um combatente das causas trabalhadoras e contra as injustiças sociais.

            Dentre eles, os advogados Antonio Ribeiro Romanelli e Obregon Gonçalves. Também foi convidado a falar o jornalista José Maria Rabelo, criador e ex-diretor do jornal O Binômio.

         Além de conduzir os trabalhos. o ex-vereador Betinho Duarte, interveio várias vezes. Numa delas referindo-se à importância do ato, no momento em que falsas lideranças querem fazer crer que estiveram na linha de frente de combate à ditadura.

           Em outra, para lembrar da importância de se comemorar, em agosto, a obtenção da lei da anistia, ainda que ela não tenha saído como desejássemos.

           Maria Auxiliadora falou ao final, agradecendo a presença de todos os amigos de Bambirra.

             Dentre os presentes, o economista Bruno Ferreira Alencar, representando o governo do Estado, e o secretário político (presidente) do Partido Comunista Brasileiro em BH, José Francisco Neres, ex-líder tecelão, na época em que Bambirra dirigia o Sindicato da categoria na cidade.

         Também presentes, diversas personadgadas ao Memorial da Anistia ( em construção na Rua Caramgola e que será um dos Patrimônios da Humanidade, na expressão de Betinho Duarte.

             Betinho, acrescente-se, é autor do Projeto Rua Viva, que homenageia os principais .lutadores  contra a ditadura militar, que resultou em um livro que consulto sempre, com 676 páginas, com capa de Oscar Niemeyer.
                      
           Sinval de Oliveira Bambirra  nasceu em 10 de fevereiro de 1933, na cidade  de Juatuba, e morreu em 10 de dezembro de 2003, em Belo Horizonte, foi presidente  do Sindicato e  da  Federação  dos Tecelões além de vice-presidente do Comando Estadual dos Trabalhadores.
Eleito deputado estadual na legenda do PTB, foi um dos primeiros deputados trabalhadores da Assembleia, juntamente com Clodismidt Rianni e José Gomes Pimenta, o Dazinho, mineiro de Morro Velho.
Com o golpe de 1º de abn ent ril de 1964, ele, e os outros dois  sindicalistas  foram cassados pela Assembleia Legislativa coagida.
Preso, sofreu horrores nos porões  da ditadura, até que, libertado, foi para a União Soviética e depois para a então República Democrática  da Alemanha onde  continuou sua luta em prol  da revolução socialista brasileira, trabalhando em meios de comunicação locais.
Dois de seus filhos, com sua esposa Maria Auxiliadora, também formada em Jornalismo na
Alemanha..Com a anistia de 1979, Bambirra e família voltaram para Belo Horizonte. Os problemas  de saúde, inclusive os causados pelas bárbaras torturas que  sofreu no cárcere ns anos de chumbo, se agravaram causando sua  morte em 10 de dezembro de 2003.
São seus filhos: Sinval de Oliveira Bambirra Júnior, Sionara Bambirra e Sérgio de Araújo Bambirra. E seus netos são: Brenda, Bruno, Giovanna e Bernardo.

Comentários

Anônimo disse…
Caro Sr. José Carlos Alexandre, parabenizo pelo trabalho realizado em prol da causa , por aqueles que lutaram e lutam pela liberdade de expressão e ideias. Sobre a inauguração da praça , faltou mencionar o nome do artista plástico que executou a escultura em questão, Marco Paulo Passos.
Sem mais , atenciosamente ,
Maíra Bernardes de Oliveira .
Mina disse…
Maravilhosa homenagem a Sinval Bambirra!

Parabenizo também o trabalho do artista Marco Paulo Passos( conforme comentário acima), que está primoroso!

Nicolau Ferrari
Foi com muita emoção que me recordei hoje de Bambirra, quando consultei a internet para continuar escrevendo minhas memórias. Convivi com Sinval Bambirra em Berlim, Capital da RDA, durante dois anos. Lá estava também exilado pois sou também vítima da ditadura e fui obrigado a deixar o país. Lembro-me bem do grande ser humano que ele foi; manteve suas convicções, pai de familia exemplar e amigo de todas as horas. Lembro-me bem de Dora, Bambirrinha, Ciomara e Sérgio, o alemão da familia. Homenagem justa a um grande trabalhador e político mineiro e brasileiro!