Morre o poeta Gonzalo Rojas

O poeta chileno Gonzalo Rojas, Prêmio Cervantes 2003, morreu hoje aos 93 anos de idade nesta capital, ao não se poder recuperar de um acidente vascularcerebral.Rojas, junto com Nicanor Parra, era considerado um dos dois maiores poetas vivos do Chile.
Havia sofrido um infarto cerebral em 22 de fevereiro passado e desde então permanecia em estado grave, em condições que já se vislumbravam irreversíveis, segundo disse seu filho Gonzalo Rojas-Mayo.
O autor de "A miséria do homem", "Transtierro", "50 poemas", "Contra a morte" e "Poesia Essencial" foi além de um prestigioso homem das letras, um mestre e um homem de profundo compromisso social.
Durante o regime de Augusto Pinochet (1973-1990) não duvidou em criticar as atrocidades da ditadura militar e criou inclusive vários poemas em homenagem aos lutadores sociais de então, recordam meios da imprensa alternativa chilena.
Gonzalo Rojas nasceu em 17 de dezembro de 1917 em Lebu, 660 quilômetros ao sul de Santiago, no seio de uma família mineira, tema que inspirou seu primeiro livro "A miséria humana" (1948).
Estudou Direito na Universidade do Chile e exerceu a docência em centros acadêmicos de seu país natal e também em outros países como Alemanha, Venezuela e Estados Unidos.
Organizou também os Congressos de Escritores em Concepción, capital da região do Bío Bío, onde conseguiu reunir aos principais expoentes de literatura da América Latina.
Cumpriu também missões diplomáticas na China e Cuba como representante do governo da Unidade Popular de Salvador Allende, o que o obrigou a conhecer a dura experiência do exílio depois do golpe militar de 11 de setembro de 1973.
Entre seus numerosos prêmios internacionais, além do Cervantes 2003, destacam-se o Prêmio Sociedade de Escritores do Chile, a Rainha Sofía de Poesia Iberoamericana, o Octavio Paz do México e o Nacional de Literatura de 1992.
Sua obra é continuadora das vanguardas literárias latinoamericanas do século XX.(Com a Prensa Latina)

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