Os queijos assassinos de Uberaba


Na Terça, 22 de Fevereiro de 2011, em Uberaba houve uma verdadeira"operação de guerra" na qual policiais militares armados, Proconestadual e Vigilância Sanitária derrotaram um bando de queijosMinas.

Os facínoras estavam expostos em bancas do comércio, principalmente no Mercado Municipal, ameaçando os clientes pois estavam despidos de uma embalagem à vácuo e pior, sequer portavam sua tabela de informações nutricionais.

A comunidade pode agora ficar tranquila, os nossos heróis que defendem nossas vidas dos ataques desses queijos de péssima índole venceram, quase uma tonelada foi apreendida e destruída no aterro sanitário, esmagado sobre as esteiras de um impiedoso trator, pois eram "impróprios para o consumo".

Que bom que em meio a tantos estupros, arrombamentos, roubos decargas, tráfico de drogas, sequestros e latrocínios ainda existagente para nos proteger dos laticínios.

Ora autoridades, tenham um mínimo de bom senso, a fabricação econsumo de queijos é um costume milenar no mundo e multi secular emMinas. O nome diz, queijo mineiro, feito de leite de vaca, usandocoalho que por sí só já é umagente biológico que o azeda.

Essa tradição, mais que centenária,nuncamatou ninguém, meu tataravô já vendia queijos "marginais" em Doresdo Indaiá e nunca foi tratado como bandido, ou será que devemos nosarrepender por todas as fatias que já engolimos, às vezes comgoiabada caseira (também despida).

O queijo mineiro, principalmente da Serra da Canastra é apreciadocomo uma fina iguaria, porém se for levado à geladeira altera seusabor original, como querem esses "soldados" que doam suas vidas, sepreciso for, para nos livrar desse "venenoso alimento".

Parece que o Procon não sabe, mas costumamos, "até mediante torturasfísicas", deixar os queijos expostos ao ambiente para que elesfiquem curados.

O IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), casa de burocratas imbecis, impõe que ele seja embalado à vácuo e que traga na embalagem informações nutricionais. A continuar nesse pique daqui a pouco o pão francês será o próximo, imagine um pãozinho embalado individualmente, com uma tabelinha de nutrientes e data de validade para sabermos se ele está quente do forno ou não.

Tratam-nos como se fossemos ignorantes e sequer soubéssemos escolheruma fruta, um doce ou um pé de alface, deixem disso, temos mais oque fazer.

Estão extinguindo as chances de sobrevivência do pequeno produtorrural, aquele mesmo que por falta de opção vai ser um João Ninguém na cidade onde seus filhos poderão exercer atividades menos regulamentadas como o tráfico.

Ao proibir o tradicional queijo Minas, estão matando aos poucos a tradição da comida mineira, os próximos poderão ser o pão de queijo,a galinha caipira com alçafrão e quiabo, o tutu, o feijão tropeiro,a pururuca, a broa, o bolo de fubá, o doce de leite.

O excesso de normas inviabiliza os pequenos negócios favorecendoapenas aos grandes laticínios e hipermercados, portanto gera desemprego e tensão social. Fica, para as autoridades, umquestionamento do povo:Se prendem os queijos, porque não prendem os ratos?

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