A situação na Quirquízia



A situação na Quirguízia mudou muito em apenas dois dias. A 6 de Abril, distúrbios em massa eclodiram na cidade de Talas, no norte do país, abrangendo posteriormente várias outras cidades da Quirguízia. Os protestos foram provocados pelo descontentamento da população com a política seguida pelo governo quirguiz, elevado nível de corrupção e um nível de vida extremamente baixo. Em Biskek, capital da Quirguízia, os protestantes invadiram, com acompanhamento de tiros produzidos pela polícia, a sede da televisão nacional, o parlamento e o prédio do governo.
Ao fim da tarde do dia 7, tudo acabou. Todavia, a vitória da oposição custou caro. Dezenas de pessoas tornaram-se vítimas dos confrontos, centenas de outras ficaram feridas. Mesmo assim, o Presidente Bakiev não tem, pelos vistos, a menor intenção de ceder o poder. Segundo Rosa Otunbaeva, ele não renunciou e tenta organizar resistência no sul do país, tendo saído juntamente com o ministro da defesa para a cidade de Osh onde fica uma das suas residências. Todavia, segundo as mais recentes notícia, a oposição tomou também os edifícios administrativos da cidade de Osh.
Enquanto isso, o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que a Quirguízia foi e continua a ser parceiro estratégico da Rússia. Por isso, Moscou acompanha com especial atenção a situação nesse país.
O primeiro-ministro russo Vladimir Putin considera, por seu turno, que o Presidente da Quirguízia, Kurmanbek Bakiev, repete os erros cometidos pelo seu antecessor Askar Akaev, deposto durante a revolução de 2005. Disse:
Vamos lembrar, quando o Presidente Bakiev chegou ao poder (em consequência da “revolução das tulipas”), ele criticou fortemente o Presidente deposto Askar Akaev pelo nepotismo e pelo facto de os altos cargos económicos terem sido ocupados por parentes do Presidente. Tenho a impressão de que o senhor Bakiev pisou o mesmo ancinho. Todavia, não obstante o que se passe ali, tudo isso é um assunto interno da Quirguízia. A única coisa a que exorto é que as autoridades oficiais e a oposição tenham comedimento e se abstenham de prática de violência.
Askar Akaev que reside actualmente em Moscou exortou Bakiev a renunciar, apontando como causa da presente situação na Quirguízia a política antipopular do governo. (Com a Voz da Rússia, ex-Rádio Moscou)

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